PARA O GREENPEACE, PROJETO DE BIOSSEGURANÇA AINDA PODE SER MELHORADO

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Fevereiro de 2004

Organização foi impedida de fazer manifestação na Câmara; ativistas queriam alertar deputados de que o PL deveria atender à vontade da maioria dos eleitores

O Projeto de Lei sobre Biossegurança, aprovado na última madrugada na Câmara dos Deputados, precisa ser melhorado para atender à opinião da maioria da população brasileira. Ativistas do Greenpeace levaram o alerta ao plenário da Câmara dos Deputados, durante a votação do PL. Instantes antes do início da votação, eles foram impedidos por seguranças de abrir uma faixa nas galerias do plenário com os dizeres: "Ibope confirma: 73% dos brasileiros não querem transgênicos. De que lado você está?" (1).
Para o Greenpeace, uma das falhas mais graves do projeto aprovado é a prorrogação do prazo para plantio e comercialização da soja transgênica. Pelo texto do PL, o plantio fica autorizado para mais uma safra, que poderá ser comercializada até o final de 2005.

Levando-se em conta a escassa pesquisa existente sobre as consequências dos transgênicos para a saúde e o meio ambiente, assim como a falta de consenso na comunidade científica sobre os riscos que estes representam, o Greenpeace acredita que normas mais claras e completas são necessárias e precisam ser incorporadas à lei. Entre os pontos que precisam ser aprimorados, destacam-se:
- Apenas a CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança) avaliará as liberações para pesquisa, inclusive as que envolvam campos experimentais, excluindo a exigência de licenciamento ambiental por parte do órgão competente, ainda que simplificado (2).
- Embora o licenciamento ambiental esteja garantido para a liberação comercial de organismos geneticamente modificados (OGMs), a emissão de registros, autorização e licenciamento ambiental deverá ser feita no curto prazo de 120 dias, o que pode dificultar uma avaliação suficientemente criteriosa, especialmente porque o Estudo de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) não é expressamente obrigatório pelo PL (3).
- A sociedade civil perde espaço na CTNBio, pois seu número de representantes fica reduzido de 8 para 6. O texto aprovado mantém o número de representantes das indústrias de biotecnologia, maiores interessadas na liberação dos transgênicos.
- Para pedir revisão do Parecer Técnico Conclusivo da CTNBio, os órgãos de registro e fiscalização deverão apresentar fatos científicos novos, invertendo o ônus da prova sobre a segurança de um OGM. Na verdade, isso deveria ser papel dos responsáveis pela fabricação do produto transgênico.
- A Lei de Agrotóxicos (7802/89) não se aplicará para a pesquisa com OGMs que tenham propriedades agrotóxicas, tais como plantas inseticidas - como o milho Bt, por exemplo.
"O PL aprovado difere bastante da proposta original apresentada pelo Poder Executivo ao Congresso, e precisa ser aprimorado", disse a coordenadora da Campanha de Engenharia Genética do Greenpeace, Mariana Paoli. "O governo novamente cedeu às pressões da Monsanto no que diz respeito à soja transgênica, liberando o plantio por mais uma safra. Mas a obrigatoriedade do parecer dos órgãos de registro e licenciamento para as plantios comerciais são um importante indicativo de que isso não se repetirá para outras variedades. Isso significa que a Monsanto e outras empresas de biotecnologia terão que realizar estudos de impacto ambiental e sobre a saúde humana se quiserem comercializar seus produtos".

(1) Veja a íntegra da pesquisa realizada pelo Ibope em dezembro de 2003 em http://www.greenpeace.org.br
(2) O PL original do governo, apresentado em outubro de 2003, já continha uma versão simplificada.
(3) A Resolução 305 do CONAMA, de 12 de junho de 2002, garantia o licenciamento ambiental pelo prazo de um ano.

Fonte: Greenpeace (www.greenpeace.org.br)
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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