Veja na íntegra o discurso de Alaôr Lineu Ferreira:

“Difícil conter a emoção ao ser contemplado com o título de Cidadão Honorário que me está sendo concedido hoje por Ibirarema. Talvez eu apenas repita um lugar comum ao ressaltar a surpresa que me acometeu ao ser contemplado por tal honraria, embora saiba, desde sempre, da generosidade de que é pródigo este meu chão natal, e que tem nos ilustres vereadores desta Augusta Casa bem mais do que simples representantes políticos.
“Não poderia, fugir, assim, de início, ao agradecimento bem mais do que formal à Câmara Municipal que por unanimidade votou em meu nome para receber tal honraria. Consigno, em especial, minha eterna gratidão ao vereador Celso da Silva por ter apresentado o projeto de Decreto Legislativo que me concede este titulo. E que, mais uma vez, me remete a esta terra de qual eu não
me esqueço.
“Mas não posso mencionar minhas origens, sem me reportar à minha querida mãe, Conceição da Silva Onça, que completará em 16 de agosto, 88 anos. Devo-lhe não apenas o leite da vida que me fez o que sou, mas o exemplo de bondade, honradez e paciência, que outra coisa não foi o que me legou meu pai, já falecido, partícipe ativo como agricultor de café, na riqueza de que valeu São Paulo e o nosso País. O paradigma que meus pais representam é do que me valho hoje, pela esposa e filhos que tenho e que sempre me apoiaram em minha trajetória profissional. Mais que todos, minha esposa e meus filhos compreendem que homem que presta serviços públicos à população não tem horário, mas compromissos – o maior dos quais sob a forma de assistência ininterrupta à comunidade. “Diga-se a propósito, que para falar sobre os eminentes homens públicos da nossa gloriosa Ibirarema, precisaria certamente encontrar palavras, palavras que me faltariam, pois palavras proferidas sem a existência das obras, são como semear no deserto... para falar ao vento, bastam palavras... mas para falar ao coração são necessárias obras.
“E se olharmos um pouco para a nossa cidade no atual momento, obrigamo-nos a verificar o magnífico trabalho realizado, nos últimos tempos, neste Município onde de mãos dadas, Legislativo e Executivo, vêm executando uma tarefa profícua em prol da coletividade. Quando vejo uma Ibirarema limpa, os bens públicos recuperados e preservados, com tratamento de água e esgoto, que visa despoluir o Rio Pau d’Alho, a construção de casas populares, pontes e estradas, além de escolas bem cuidadas, com a merenda escolar alimentando os futuros cidadãos desta cidade, quando vejo tudo isso, repito, orgulha-me compartilhar o sentimento comum de amor
a Ibirarema.
“Com certeza este povo tem orgulho de ter dirigentes, homens públicos com o compromisso único do bem-estar da sua população. E eu que sempre me orgulhei de ter nascido em Ibirarema, agora, mais do que nunca me alegro de ver a minha cidade bem cuidada; e de aduzir a tudo isto, tanto este título de cidadão honorário ibiraremense como a medalha Vale do Paranapanema.
“Esta medalha, nobre Vereador Celso da Silva, saiba Vossa Senhoria, tem um significado muito especial, pois me lembra uma passagem da minha vida, que me ficou para sempre.
“Tudo aconteceu no final da antiga quarta série primária. Na época, aluno estudioso, acabei, juntamente com um coleguinha, sendo considerado o melhor da escola naquela série. Seria o máximo para uma criança o prêmio prometido pela classificação, não tivesse acontecido uma inabilidade da professora. É que na hora da premiação, como era esperado, a professora nos chamou, a mim e ao coleguinha em questão, e reiterou que, de fato, tínhamos empatado como melhores alunos da quarta série.
“Mas havia um problema: se dois eram os premiados, a medalha era só uma. Ora, vem daí que os senhores podem imaginar a minha frustração quando, de um modo totalmente subjetivo, ela acabou escolhendo o outro, tendo sido eu o preterido. Em poucas palavras, nunca troquei minha frustração por qualquer rancor. Mas ficou lá a pequena decepção. E não é que esta medalha que hoje vocês me concedem supera até esta pequena mágoa? E por uma razão, no fundo, meio simplória: já recebi algumas honrarias, mas nunca, até o dia de hoje, fui premiado com qualquer medalha. Que, de resto, me é oferecida por Ibirarema, antiga Pau d’Alho, terra onde nasci, que me ofereceu meu primeiro alimento, onde trilhei meus primeiros passos, e onde aprendi, para toda a vida, que cada gesto tem de ser pensado mas decidido.
“Foi, aliás, com este aprendizado que avancei em minha vida, vindo para a capital de São Paulo ainda jovem, onde estudei e me formei em economia. Daí em diante, cheguei à pos-graduação, tendo diversos certificados em cursos de especialização. Para dizer tudo, comecei a trabalhar com 14 anos e, com 17, já assumia um cargo de grande responsabilidade como Gerente Geral de uma empresa de comércio de livros. A partir de então, modéstia à parte, nunca mais saí da linha de frente onde quer que estivesse.
Fui diretor de diversos órgãos públicos, Assessor do Chefe da Casa Civil do Governo do Estado de São Paulo, quando o titular da pasta era justamente o Dr. Rubens Lara, atual presidente da CETESB.
“Com os conhecimentos adquiridos na minha trajetória profissional, amparado por estudos acurados em graduação e extensão, explica-se que em 2003 fosse eleito e empossado no cargo de Diretor Administrativo e Financeiro da CETESB – Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental, empresa esta que detém respeitabilidade nacional e internacional, sendo considerada pela Organização Mundial da Saúde, uma das cinco agências para referência no campo ambiental. Não posso deixar de acrescentar que me orgulho muito de ser funcionário há mais de 15 anos desta empresa e da qual, atualmente, como já disse sou hoje diretor.
“Em suma e para concluir, meus conterrâneos, senhores vereadores e autoridades presentes, apesar da ascensão profissional, nunca me permiti esquecer das minhas origens e da cidade onde nasci e em que vive minha mãe. Na verdade, se lhes tivesse que agradecer pela comenda que hoje recebo, teria antes de dizer não só o quanto me orgulha essa honraria, mas – mais que tudo – o quanto devo o ter nascido em Ibirarema. Por tudo, não posso deixar de repetir aqui o refrão de nosso singelo hino
que diz:

Passe o tempo que passar
Esteja eu aonde for
Não esqueço este lugar
Ibirarema o meu grande amor

“Obrigado”