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SENADO APROVA
CONVENÇÃO DE ESTOCOLMO
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) - Brasil
Maio de 2004
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Greenpeace
alerta para a necessidade de que o tratado internacional
sobre poluentes seja implementado rapidamente
A Convenção
de Estocolmo sobre poluentes orgânicos persistentes
(POPs) foi aprovada ontem à noite pelo Senado
Federal. Este foi um grande passo para a ratificação
do documento no Brasil. A partir de agora, falta
apenas a promulgação pelo Presidente
do Senado para que o documento se torne lei no país.
Em 23 de maio de 2001, mais de 100 países
assinaram a Convenção sobre Poluentes
Orgânicos Persistentes (POPs), também
conhecida como Convenção de Estocolmo
ou Tratado dos POPs. O objetivo desse tratado legal
internacional é a eliminação
de uma lista inicial de 12 substâncias tóxicas
(1).
O acordo é fundamental para que as indústrias
parem de utilizar o meio ambiente e a saúde
das pessoas como campo de provas para substâncias
perigosas, das quais muitas são, inclusive,
cancerígenas (2). Diversas dessas substâncias
são encontradas dentro das residências
e ambientes de trabalho, e são atualmente
objeto de análise da Campanha Veneno Doméstico
do Greenpeace (3).
O Greenpeace acredita que a aprovação
pelo Senado é muito importante, mas alerta
que a potencial ratificação é
apenas o começo da mudança da realidade
da contaminação tóxica. “A
convenção será ratificada pelo
Brasil em 17 de maio, mas temos de encará-la
como apenas um primeiro passo para o banimento das
substâncias perigosas”, afirmou o coordenador
da Campanha de Substâncias Tóxicas
da organização, John Butcher. “O documento
trata de uma lista inicial de apenas 12 substâncias.
Na realidade, é necessário que se
proíba a produção ou utilização
de toda e qualquer substância química
tóxica.”
O Greenpeace alerta, ainda, que no Brasil existe
uma substância que permanece na lista de exceções
— o heptacloro. A lista de exceções
é uma solicitação feita pelo
país signatário da convenção
para que a referida substância não
faça parte, por um período, das discussões
ou dos planos de ação de banimento
do país em questão. Segundo John Butcher
é “uma vergonha” que o Brasil tenha solicitado
essa exceção e que ela ainda esteja
vigente.
Além disso, mais importante do que a possível
ratificação da Convenção
de Estocolmo, é fazer com que os planos de
ação previstos no documento sejam
implementados o quanto antes. “Nosso meio ambiente
e nossa saúde dependem disso”, disse o coordenador
da campanha.
Notas
(1) Essa lista inclui
pesticidas e substâncias químicas industriais,
como o DDT, aldrin, dieldrin, clordane, endrin,
heptacloro, hexachlorobenzeno, mirex, toxafeno,
PCBs (bifenilas policloradas), e as dioxinas e os
furanos. Essas duas últimas são substâncias
resultantes não intencionalmente da produção,
uso ou disposição (como a incineração)
de outros POPs ou de resíduos sólidos
em geral (como plásticos PVC). O Brasil assinou
o tratado em 23 de maio de 2001, ao lado de mais
100 países, na capital da Suécia.
A França foi o 50º país a ratificar
o acordo, no último dia 18 de fevereiro,
dando a partida para que a convenção
entre em vigor.
(2) Veja o relatório
“Impactos sobre a Saúde”, que trata dos efeitos
dos POPs sobre a saúde das pessoas em www.greenpeace.org.br/toxicos/pdf/pops_impactosaude.pdf
(3) A Campanha
Veneno Doméstico do Greenpeace coletou entre
novembro e dezembro de 2003 amostras de poeira doméstica
em 50 residências nas cidades de São
Paulo e Campinas (SP), Porto Alegre (RS) e Rio de
Janeiro (RJ). Entre as pessoas que participaram
da campanha, recebendo o Greenpeace em suas residências
para a coleta de amostras, está o jornalista
Heródoto Barbeiro. Também foi coletada
a poeira de seis gabinetes de deputados federais
e de dois senadores, em Brasília (DF), além
de diversos ambientes do Ministério do Meio
Ambiente. Entre as 10 substâncias que estão
sendo analisadas pelo Greenpeace, sete pertencem
à lista dos “12 Sujos”: PCBs, hexaclorobenzeno,
heptacloro, dieldrin, endrin, aldrin e DDT. Conheça
mais sobre a campanha em www.greenpeace.org.br/venenodomestico
Fonte: Greenpeace-Brasil (www.greenpeace.org.br)
Assessoria de imprensa