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USO DE “SOFTWARE
LIVRE” CONSTITUI UMA REVOLUÇÃO,
AFIRMA BRUNI
Panorama
Ambiental
São Paulo (SP) - Brasil
Julho de 2004
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O
Comitê Gestor de Informática
- CGI da CETESB esteve reunido nesta terça-feira
(6/7) para discutir uma série de assuntos,
entre os quais a questão do "software
livre" que aponta uma nova tendência
em aplicativos. O gerente do Setor de Suporte
Tecnológico, Antonio de Castro Bruni,
fez uma apresentação para os
membros do comitê deixando em todos
os participantes da reunião a impressão
de que não exagerou o termo "revolução"
utilizado em sua palestra. |
Pedro
Calado
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Conforme a pauta da reunião,
Bruni iria falar sobre "Software Livre
- Uma revolução em curso"
enfocando o que os especialistas já
chamam com intimidade de SL, ou "softwares
livres", que já preocupam a
gigante do setor que é a Microsoft,
que até o momento lidera o mercado
de programas e aplicativos na área
da informática.
Além das vantagens para os usuários,
a migração dos programas e
sistemas para o SL é uma determinação
do Governo do Estado que, por meio da Resolução
CC-52, de 23 de junho passado, editada pela
Casa Civil, determina o uso de "softwares
livres", exigindo justificativas devidamente
fundamentas para emprego de "softwares
proprietários". Nessa mesma
circular, segundo Bruni, o governo informa
que o "WebMail" está sendo
adotado como alternativa de correio eletrônico
para
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todos os
700 mil servidores do Estado. Isso significa que
todos terão uma caixa postal que poderá
ser acessada de qualquer ponto.
Na CETESB, o Departamento de Tecnologia da Informação
- AI desenvolveu uma estratégia para a substituição
de "softwares" neste ano prevendo a adoção
do OpenOffice como ferramenta de escritório
em substituição ao MS-Office à
medida em que novas máquinas forem sendo
colocadas em uso; a migração para
o servidor "proxy" (um aplicativo de rede
que evita invasão de "hackers"
e vírus; a migração do correio
eletrônico MS Exchange para o WebMail.
O gerente do AI, Dirceu Matheus Júnior, garantiu
que, para os usuários da área administrativa,
a mudança deverá transcorrer sem problemas,
sem grandes alterações na rotina.
Para os demais usuários, o CGI vai definir
estratégias de treinamento e de divulgação,
para que a migração seja feita de
forma tranqüila e segura.
O "software livre"
O "software livre",
ou SL, é o sistema cujo uso é inteiramente
livre, permitindo a modificação
de código e a customização
(personalização), a realização
de cópias e a sua distribuição.
Isto significa que não é preciso
comprar e nem renovar licença, sendo permitido
efetuar cópias e passar para frente.
O princípio do SL partiu de Richard Stallman
que, em 1984, desenvolveu o sistema Unix, baseado
no sistema Multics, criado na década de
70. Foi Stallman que proferiu a seguinte frase:
"O que de graça você recebe,
de graça deverá ceder". O sistema
foi declarado de "código aberto",
mas não pode ser comercializado, nem mesmo
por seu criador, por uma séria de questionamentos
e interesses que estavam em jogo. Mais tarde,
em 1991, Linus Torvalds criou um sistema operacional,
batizado de Linux, que hoje é sinônimo
de "software livre".
Filosofias opostas
O SL opera com o requisito de
que o "hardware" deve ser mínimo
e otimizado, preocupando-se com o valor do custo
associado, defendendo ainda a integração
com qualquer outro aplicativo e periférico
e o desenvolvimento descentralizado e gratuito.
O princípio do SL é de que qualquer
pessoa pode ajudar no desenvolvimento, com controle
de versões centralizado e códigos
testados.
Os "softwares pagos", por seu lado,
seguem uma filosofia oposta, sem preocupação
com o custo do "hardware" associado,
promovendo a integração somente
com os seus produtos ou de seus parceiros, mesmo
assim sem oferecer a necessária garantia.
No caso dos "softwares pagos", o desenvolvimento
é centralizado em uma equipe contratada
com número finito de pessoas trabalhando
no desenvolvimento e na manutenção
dos aplicativos.
Uma frase que resume de forma objetiva essa visão
distinta de mercado é: "Se você
programa pensando em mostrar seu talento para
ser contratado, você faz o melhor que pode;
mas se você programa pensando que daqui
a um ano vai ter que vender uma nova versão
do 'software', então você tem que
deixar motivos para as pessoas comprarem a nova
versão - o 'software' não pode ser
o melhor possível". A frase é
de Robert Chassell, respeitado especialista da
área.
Características
do Linux
Segundo o palestrante, o sistema
Linux possui características que se traduzem
em vantagens. Entre elas, enumerou:
- Não precisa de processador potente para
funcionar.
- Novas versões são sinônimo
de mais facilidades, maior compatibilidade, maior
rapidez.
- Não é requerido pagamento pela
licença para seu uso.
- Acessa sem problemas discos gerados em outros
sistemas.
- Não existem vírus para o Linux.
- Suporte nativo para TCP/IP, não depende
de "Winsock".
- Roda aplicativos Windows através do "Wine"
ou do "CrossOver".
- Roteamento estático e dinâmico.
- "Proxy" tradicional ou transparente.
- Permite montagem de servidores para Web (Apache),
E-mail (SendMail, WebMail), News etc.
- Suporte a diversos dispositivos e periféricos.
- Há uma enorme rede de usuários
que se comunicam trocando informações,
ajudando a resolver problemas etc.
- No Linux, o setor de "boot" normalmente
é criado por um gerenciador de inicialização
(um programa que permite escolher qual sistema
operacional será iniciado - "dual
boot").
- Essa propriedade possibilita criar ambientes
de testes com diversos sistemas operacionais numa
única máquina.
Fonte: Cetesb – agência ambiental
de São Paulo (www.cetesb.sp.gov.br)
Assessoria de imprensa (Cris Olivette)
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