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IBAMA APREENDE
UMA TONELADA DE CAMARÃO DURANTE A
SEMANA SANTA
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) - Brasil
Abril de 2004
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Em apenas três
estados que já fecharam o balanço
preliminar da operação Semana Santa,
o Ibama contabiliza mais de uma tonelada de camarão
apreendida devido à pesca ilegal. A captura
dos camarões rosa, branco e sete barbas está
suspensa em várias regiões. No Nordeste,
a suspensão da pesca do camarão termina
no dia 15 de maio. Nas regiões Sudeste e
Sul, o defeso vai até o final do mês
que vem. Os fiscais estão há mais
de uma semana atuando contra a captura ilegal, o
desembarque e o comércio do camarão.
O objetivo é proteger o período de
reprodução dos crustáceos.
No litoral do Rio de Janeiro, foram apreendidos
cerca de 600 quilos de camarão. Na região,
as multas aplicadas até o dia 4 somavam R$
8.500. Em Alagoas, cerca de 400 quilos de camarão
foram apreendidos em embarcações ilegais.
As multas chegam a cerca de R$ 5 mil. Em São
Paulo, só nos primeiros dias de atuação,
os fiscais aplicaram cerca de R$ 13.500 em multas
por pesca e comércio ilegais do crustáceo.
Até o fim do defeso do camarão, quem
for pego desrespeitando a lei pode ter os equipamentos
de pesca apreendidos e pagar multas de até
R$ 100 mil reais. Bares, restaurantes e frigoríficos
têm que provar que o camarão vendido
foi capturado antes do início do período
de suspensão da pesca, que começou
em primeiro de abril. Para se ter uma idéia,
a produção do camarão-rosa
no Brasil diminui a cada ano devido ao excesso de
pesca. Em 1972, a produção era de
17 mil toneladas – um recorde histórico.
Em 2001, a produção atingiu apenas
pouco mais mil toneladas.
Lagostas e tartarugas marinhas
No litoral norte da Bahia, o Ibama apreendeu nesta
quarta-feira treze quilos e meio de lagosta e duas
tartarugas marinhas capturadas ilegalmente. As lagostas
foram doadas para a Associação de
Moradores de Arembepe, a 30 quilômetros de
Salvador. As tartarugas capturadas pelos pescadores
estavam mortes. São dois indivíduos
juvenis da espécie Chelonia mydas, ameaçada
de extinção. A pesca ilegal da lagosta
com o uso de redes de espera é a principal
causa da mortalidade de tartarugas marinhas no litoral
norte do estado. Os fiscais também apreenderam
um compressor usado para pescar lagosta.
A pesca da lagosta está proibida até
o dia 30 de abril em todo o litoral brasileiro.
Mesmo assim, muitos restaurantes no litoral oferecem
a lagosta fresca como prato do dia. Práticas
assim têm colocado em risco a sobrevivência
das duas espécies de lagosta que existem
no litoral brasileiro. Na década de 70, a
produção da lagosta era de 11 mil
toneladas por ano. No início dos anos 80,
a produção caiu para 8 mil. Em 86,
a marca despencou para menos de 5 mil toneladas.
Os números foram um alerta: a lagosta estava
desaparecendo da costa brasileira.
O caranguejo-uçá também está
em período de reprodução. Capturá-lo
agora é comprometer a sobrevivência
da espécie. O caranguejo-uça é
um dos mais importantes componentes da fauna dos
manguezais. Ele existe em todo o litoral brasileiro,
do Oiapoque (AP) até Laguna (SC). A produção
anual do caranguejo-uçá varia entre
10 e 12 mil toneladas. Maranhão e Pará
são responsáveis por metade dessa
produção.
Fonte: Ibama (www.ibama.gov.br)
Ascom (Jaime Gesisky)