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MARINA SILVA
ACERTA COM MERCADANTE PROJETO SOBRE PROTEÇÃO
DA MATA ATLÂNTICA
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) - Brasil
Abril de 2004
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Uma reunião
hoje pela manhã na liderança do governo
no Senado, entre o senador Aloizio Mercadante (PT/SP),
a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e o relator
do projeto da Mata Atlântica, senador César
Borges (PFL/BA), serviu para acertar uma agenda
de discussões para viabilizar a aprovação
do projeto de lei da Câmara, que dispõe
sobre a utilização e proteção
da vegetação do Bioma Mata Atlântica,
até 17 de maio, Dia da Mata Atlântica.
De acordo com a ministra Marina Silva, houve um
entendimento entre os partidos durante a tramitação
do projeto na Câmara dos Deputados e o esforço
que se está fazendo é para preservar
os avanços. O projeto de lei, segundo ela,
passou 11 anos na Câmara dos Deputados e um
acordo viabilizou a sua tramitação.
“O esforço que está sendo feito nesse
momento é para que o projeto possa ser aprovado
o mais rápido possível e sancionado
no próximo mês”, afirmou. Segundo a
ministra, o trabalho está sendo conduzido
no sentido dirimir as dúvidas, mas que seja
preservado o essencial, “que é a lei viabilizar
a preservação dos 7% que ainda restam
da Mata Atlântica".
A solução para o problema de quem
já desenvolve algum tipo de atividade econômica
na Mata Atlântica, sem criar a chamada “indústria
de indenizações”, está sendo
avaliado com cuidado pelo governo. No entendimento
da ministra do Meio Ambiente, esse é um grande
problema. Segundo ela, há uma proposta no
texto que quer a indenização pelas
atividades em potencial. “Isso é abstrato
e tem um alcance muito grande”, argumentou, ponderando
que, diante disso, “nós teríamos uma
situação muito difícil para
o governo federal, para os governos estaduais e
até mesmo para as prefeituras”.
Dessa forma, explicou a ministra, o que se está
procurando, juntamente com o relator, é um
meio para que essa situação não
venha a se configurar. “Nós queremos preservar
o que resta de Mata Atlântica, temos a compreensão
de que a região precisa se desenvolver mas,
o desenvolvimento dessa região não
pode ser creditado aos 7% que ainda resta da Mata
Atlântica”, afirmou. As atividades produtivas
que já estão em curso, que já
estão estabelecidas legalmente não
terão, de acordo com Marina Silva, nenhuma
alteração pela lei. “A lei passaria
a proteger as áreas de mata primária
ou na fase de regeneração de Mata
Atlântica”, sintetizou.
Para o líder do governo no Senado, senador
Aloízio Mercadante, houve um grande avanço
nas negociações com o relator. “Há
uma disposição do relator de construir
um projeto de comum acordo com o governo”, assinalou.
Segundo ele, a ministra Marina Silva colocou todos
argumentos e defendeu que essa lei é imprescindível
para a preservação dos 7% da Mata
Atlântica que ainda existem. Mercadante disse
acreditar que o Senado será sensível
a esse esforço e “nós queremos aprovar
o projeto ainda em abril para que possa ser promulgado
no Dia da Mata Atlântica, em 17 de maio".
Na avaliação do líder, “o sentimento
amplamente majoritário do Senado é
favorável à lei”.
Por sua vez, o relator do projeto, senador Cezar
Borges, disse que a reunião foi extremamente
positiva e que sua assessoria e a da ministra Marina
Silva deverão se reunir na próxima
semana para trabalhar um pouco mais sobre pontos
ainda pendentes. Já na terça-feira,
afirmou Borges, “nós teremos condições
de ter algo bastante avançado”. A expectativa
do senador é que essas pequenas correções
que poderão ser feitas não façam
com que o projeto volte à Câmara. “É
isso que nós vamos estudar”, frisou ele.
Fonte: Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Benedito Mendonça