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MINISTRO
JOSÉ DIRCEU DISCURSA SOBRE DESMATAMENTO
NA AMAZÔNIA
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) - Brasil
Abril de 2004
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Discurso
do ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu,
após a reunião com Grupo Permanente
de Trabalho Interministerial sobre desmatamento
na Amazônia Legal
Uma boa tarde a todos.
Nós estamos, mais uma vez, reunidos para
o anúncio das taxas anuais de desmatamento
da Amazônia, um ritual que tem se repetido
desde 1988 quando o governo brasileiro começou
a monitorar e divulgar os dados sobre desmatamento
na região. Como já foi mencionado
pelo INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais),
as taxas para 2003 ainda são muito elevadas:
23.1000 quilômetros quadrados.
Como sabemos, as causas do desmatamento da Amazônia
são complexas, o que inclui desde a expansão
da agropecuária, passando pela grilagem de
terras públicas, exploração
predatória de madeira, até as obras
de infra-estrutura. Por isso, o enfrentamento do
problema requer uma política ampla de governo,
porque não há solução
fácil e rápida para o problema do
desmatamento.
Pela primeira vez na nossa história, o governo
dispõe de um plano estrutural e abrangente
para combater e prevenir o desmatamento. O plano,
lançado pelo presidente Lula no último
dia 15 de março, reúne onze Ministérios.
Entre as medidas previstas no plano, gostaríamos
de destacar algumas.
Sistema de Alerta:
- Permite detectar em tempo real, com base em imagens
de satélites, o desmatamento.
- Vai guiar as ações de combate ao
desmatamento ilegal no campo. Para isso, vamos inaugurar
o CEMAN, Centro de Monitoramento Ambiental, no dia
13 de abril. O CEMAN vai integrar as informações
geradas pelo INPE, SIPAM e o IBAMA.
Acordo de Cooperação para Fiscalização
Integração entre o Ministério
do Meio Ambiente, Ministério da Justiça,
Ministério da Defesa e Ministério
do Trabalho e Emprego:
- Acordo para realização de ações
de combate ao desmatamento ilegal.
- Integração de base de dados entre
os Ministérios para ações de
fiscalização.
- Fiscalização conjunta para combater
o desmatamento ilegal, o trabalho escravo e outras
atividades ilícitas na Amazônia.
- Integração de equipamentos, logística
e bases operacionais para ações de
combate ao desmatamento ilegal.
- O Ministério da Defesa vai contribuir com
os helicópteros e instalações
para as ações de fiscalização.
- As ações de fiscalização
vão começar ainda no mês de
abril nas áreas mais críticas do arco
do desmatamento.
Cadastro de terras na Amazônia:
- O Ministério do Desenvolvimento Agrário
e o Incra já iniciaram as atividades de mapeamento
e regularização fundiária nas
áreas críticas de desmatamento da
Amazônia, que incluem o arco do desmatamento
e a BR-163, chamada Cuiabá/Santarém.
- Esse trabalho já foi iniciado na BR-163
com a instalação de sete bases de
campo ao longo da estrada.
- A meta para 2004 é cadastrar e regularizar
cerca de 30 milhões de hectares.
Criação de Unidades de Conservação:
- Vão ser criadas 13,4 milhões de
hectares de Unidades de Conservação
em 2004 no arco do desmatamento, sendo 8,1 milhões
de hectares na categoria de “Proteção
Integral” e 5,3 milhões de hectares na categoria
de “Uso Sustentável”.
Áreas prioritárias para a criação
dessas Unidades incluem:
- Terra do Meio e Porto de Moz, no Pará.
- Noroeste do Mato Grosso.
- Sudeste do Amazonas.
- Região de Jacundá, no estado do
Pará.
Todo esse trabalho será feito em parceria
com os governos estaduais, como a ministra Marina
tem destacado sempre isso, que além dos onze
Ministérios, principalmente com o apoio do
presidente Lula, a ação integrada
com os governos estaduais será determinante,
como é hoje já, para o sucesso de
uma política de prevenção e
controle do desmatamento na Amazônia Legal.
Fonte: Presidência da República
(www.planalto.gov.br)
Assessoria de imprensa