 |
SAMSUNG
ASSUME COMPROMISSO MUNDIAL DE ELIMINAR USO
DE SUBSTÂNCIAS TÓXICAS
Panorama
Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Junho de 2004
|
 |
Para
o Greenpeace, essa é uma vitória na
direção da eliminação
da produção e uso de substâncias
químicas perigosas em produtos de consumo
A empresa de produtos
eletrônicos Samsung decidiu eliminar gradualmente
o uso de substâncias químicas perigosas
dos seus produtos em todo o mundo. São compostos
tóxicos, persistentes (suas moléculas
são degradadas com dificuldade e lentidão)
e que se acumulam no corpo humano e de animais (bio-acumulativas).
A decisão da empresa foi provocada pelo trabalho
do Greenpeace, que recentemente analisou um aparelho
celular e um televisor fabricados pela Samsung na
Europa e detectou a presença de diversas
substâncias tóxicas. Na pesquisa, que
também foi feita em produtos de outros fabricantes,
foram encontrados ftalatos, retardadores de chama
bromados, aromas sintéticos, alquilfenóis
e organoestânicos [1].
“A Samsung está sendo o marco inicial na
tendência promovida pelo Greenpeace, de substituição
de compostos perigosos usados em produtos de consumo”,
afirmou John Butcher, coordenador da campanha de
Substâncias Tóxicas do Greenpeace Brasil.
“Isso deve servir de exemplo para outras empresas.
Também tem de ser um modelo para a inclusão
dos princípios da precaução
e da substituição tanto na reformulação
da política de substâncias químicas
européia, que está em andamento, quanto
em qualquer política ou no programa de segurança
química que está sendo discutido no
Brasil”, complementou.
Nos últimos meses, o Greenpeace vinha mantendo
conversas com a empresa sobre o uso de compostos
retardadores de chama bromados e de ftalatos. Como
resultado desse diálogo, a Samsung concordou
em elaborar, dentro da sua política de uso
de materiais e substâncias, um calendário
de eliminação gradativa e definitiva
de substâncias tóxicas e a sua substituição
por alternativas mais adequadas ambientalmente.
Esse compromisso eleva a classificação
da empresa – de vermelha para laranja – na lista
de produtos pesquisados pelo Greenpeace. Isso faz
da Samsung a primeira empresa a ter a sua classificação
elevada desde o início da campanha de produtos
do Greenpeace na Europa.
Gregor Margetson, chefe para Assuntos de Meio Ambiente
da Samsung Electronics Europe disse: “historicamente,
a Samsung tem tido uma séria preocupação
com as questões ambientais e, nosso trabalho
junto ao Greenpeace, demonstra que acolhemos propostas
construtivas nessas questões. A crítica
inicial promovida pela organização
não-governamental nos motivou a reavaliar
nossos objetivos e considerar o que é realmente
possível. Decidimos pelo caminho difícil
porque temos a ambição de nos tornarmos
uma empresa mais sustentável. E percebemos
que essa recompensa possui um preço."
[2]
Durante a produção, a utilização
e o desuso (quando o produto não possui mais
utilidade, tornando-se “lixo”) do produto, essas
substâncias tóxicas acabam indo para
o meio ambiente. Rastros dessas substâncias
produzidas pelo homem – que podem ser perigosas
mesmo em pequenas doses – foram achadas em toda
a parte do planeta, da Antártida ao Pólo
Norte.
Como algumas substâncias alternativas não
tóxicas ainda precisam ser desenvolvidas,
a Samsung também se comprometeu a buscar
substitutos para os compostos perigosos que ela
utiliza atualmente. “Nosso processo de decisão
está baseado no senso comum”, disse Gregor
Margetson. “Nós consideramos todas as informações
disponíveis e, se necessário, damos
marcha ré quando temos suspeitas. Usamos
pesquisas cientificas para confirmar o melhor caminho
a seguir. Em alguns casos, como os de suspeita de
conexão entre substâncias químicas
e danos ao meio ambiente e à saúde
humana, estamos preparados para agir onde a evidência
não é confirmada cientificamente,
mas onde essa suspeita é suficiente para
causar preocupação. Combinar preocupações
morais com a realidade de mercado não é
fácil, mas queremos pensar que estamos tentando
fazer a coisa certa”, complementou.
No Brasil, a Campanha Veneno Doméstico lançou
na semana passada seu relatório sobre a análise
da poeira doméstica e de ambientes de trabalho
brasileiros, que detectou diversas substâncias
químicas tóxicas, incluindo os ftalatos,
os retardadores de chama bromados, os alquilfenóis
e os organoestânicos [3]. Isso prova que,
diferentemente do que a maioria das indústrias
anuncia, produtos como televisores e celulares eliminam
substâncias tóxicas durante o uso,
indo parar na poeira que está ao nosso redor
diariamente. Para o Greenpeace, substâncias
químicas perigosas não devem estar
em nenhum produto. “A incorporação
dos princípios da substituição
e da precaução por leis, decretos
e normas é fundamental para que as indústrias
parem de utilizar o meio ambiente e a nossa saúde
como campo de provas para substâncias perigosas”,
disse Butcher.
[1] Relatório do Greenpeace sobre substâncias
químicas tóxicas em produtos (em inglês).
[2] Leia mais sobre
o compromisso assumido pela Samsung.
[3] A Campanha Veneno
Doméstico do Greenpeace coletou entre novembro
e dezembro de 2003 amostras de poeira doméstica
em 50 residências nas cidades de São
Paulo e Campinas (SP), Porto Alegre (RS) e Rio de
Janeiro (RJ). Também foi coletada a poeira
de gabinetes de deputados e senadores em Brasília
(DF), além do Ministério do Meio Ambiente.
Os 10 grupos de substâncias analisadas estão
presentes em todas as amostras. Veja o sumário
executivo e a íntegra do relatório.
Fonte: Greenpeace – Brasil (www.greenpeace.org.br)
Assessoria de imprensa