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GOVERNO
LANÇARÁ POLÍTICA NACIONAL
DE COMUNIDADES QUILOMBOLA
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Março de 2004
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Garantir às
comunidades quilombola a posse de terra e o acesso
a serviços, como saúde, educação
e saneamento. De acordo com a ministra da Promoção
de Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, este é
o objetivo da política nacional para Comunidades
de Quilombos, que o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva lançará durante visita
à comunidade Kalunga, em Cavalcante-GO (a
320 km de Brasília), amanhã.
A iniciativa coloca em prática o estabelecido
no decreto 4887/2003, assinado em 20 de novembro
do ano passado. Matilde Ribeiro explica que o decreto
tem teor fundiário, mas traz uma vinculação
com cultura, história, territorialidade e
reconhecimento da ancestralidade das terras de remanescentes
de quilombo.
O decreto define a ação do Ministério
do Desenvolvimento Agrário como central para
questões fundiárias, mas admite uma
relação estreita com a Secretaria
de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR)
e a Fundação Palmares – órgão
vinculado ao Ministério da Cultura - para
questões de reconhecimento dos quilombos
como patrimônio histórico nacional.
Um de seus itens define a SEPPIR como responsável
por coordenar um comitê gestor que deverá
até abril apresentar um plano nacional para
as comunidades remanescentes de quilombos. “A ação
Kalunga é o primeiro passo desta política
nacional”, diz a ministra.
Além da SEPPIR, outros nove ministérios
participarão do projeto. A ministra afirma
que se trata de uma ação conjunta
entre os governos federal, estadual e municipal
para atender as comunidades nas áreas em
que vivem.
Segundo Matilde Ribeiro, vários programas
sociais serão inaugurados durante a visita.
Entre eles, a ministra destacou a instalação
do Balcão de Cidadania, para emissão
de documentos e o programa Luz para Todos, que levará
energia elétrica para as comunidades quilombolas.
O Ministério da Saúde treinará
agentes comunitários para cuidar da população.
O Ministério das Cidades, por sua vez, restaurará
800 casas e construirá outras 400 em diversas
comunidades até 2006.
O governo também contará com o auxílio
de empresas estatais como a Petrobras, que financiará
a construção de escolas e pontes,
essenciais para facilitar o acesso às regiões
onde se encontram os quilombos. Além disso,
trabalhará em parceria
com diversas ONGs que já atuam nas comunidades.
Brasil quilombola
Dados do governo
apontam que existem 743 comunidades quilombolas
no Brasil. A Kalunga, que tem 4500 habitantes, é
a maior e fica nas proximidades de três municípios
do estado de Goiás: Monte Alegre, Cavalcante
e Teresina de Goiás.
“Sabemos que a maior concentração
está no norte e nordeste do país,
mas eles estão espalhados por todos os municípios
brasileiros. Sabemos também que o número
é bem maior do que esse, por isso temos o
compromisso de realizar um censo nacional, em que
teremos um número preciso do que temos hoje
no Brasil”, observa Matilde Ribeiro.
As verbas do programa ainda estão sendo definidas
e serão anunciadas na sexta-feira.
Fonte: Amazônia ORG (www.amazonia.org.br)
Rafael Gasparotto
Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Assessoria de imprensa