 |
ONGs DA
AMAZÔNIA LANÇAM UM PROTESTO
CONTRA PATENTE DO CUPUAÇU
Panorama
Ambiental
Manaus (AM) – Brasil
Março de 2004
|
 |
Como alguém
pode se apropriar do nome de uma fruta? Esta pergunta
reflete a indignação das comunidades
tradicionais da Amazônia contra o registro
comercial do nome cupuaçu como marca da empresa
japonesa Asahi Foods. Em 2003, o GTA (Grupo de Trabalho
Amazônico) conseguiu entrar com um processo
judicial na justiça japonesa para contestar
a patente do cupuaçu e defender o patrimônio
cultural dos povos da floresta. (1)
Em abril de 2003, organizações da
Amazônia, incluindo GTA, Amazonlink e Greenpeace,
protestaram contra o registro comercial do nome
cupuaçu, que prejudica pequenos exportadores
da fruta na Amazônia. A tradicional Festa
do Cupuaçu, que é realizada todos
os anos na cidade de Presidente Figueiredo, no Amazonas,
foi palco do lançamento da campanha contra
a biopirataria, liderada pelo GTA.
"O objetivo da campanha é alcançar
uma legislação brasileira adequada
na defesa dos conhecimentos tradicionais e indígenas,
como receitas ou sementes crioulas", explicou
Adilson Vieira, secretário-executivo do GTA.
"Queremos que o Brasil adote uma postura firme
contra o patenteamento da vida nos acordos da Organização
Mundial do Comércio (OMC) e das Nações
Unidas".
"A Amazônia Brasileira possui uma biodiversidade
tão grande que é muito pouco conhecida.
É inaceitável que nosso patrimônio
continue a ser explorado sem que os benefícios
sejam revertidos para as populações
tradicionais, que mantém a integridade da
floresta", disse Paulo Adário, coordenador
da campanha da Amazônia do Greenpeace.
(1) A Rede GTA é
uma união de 513 entidades dos povos da floresta
- seringueiros, pescadores, povos indígenas,
agricultores familiares, castanheiros, quebradeiras
de côco, babaçu, ambientalistas, mulheres
ou de assessoria - que desde 1992 defende a adoção
de políticas públicas de desenvolvimento
justo e sustentável na Amazônia Brasileira.
Mais informações sobre a campanha
contra a biopirataria podem ser obtidas no site
da Amazonlink (www.amazonlink.org/biopirataria).
Os internautas podem participar enviando cartas
de apoio à campanha para a Asahi Foods, condenando
a patente do nome cupuaçu.
Fonte: Greenpeace
(www.greenpeace.org.br)
Assessoria de imprensa