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SEMINÁRIO
DISCUTE ESTRATÉGIAS DE GESTÃO
PARA CORREDOR VERDE NA REGIÃO DO
ALTO PARANÁ
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Março de 2004
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Presidente Prudente
- Começa hoje (11) até Sexta-feira
(12) um seminário de dois dias promovido
em parceria pela Apoena e WWF-Brasil para discutir
a gestão integrada da região do Alto
Paraná, em São Paulo, que contém
preciosos remanescentes de Mata Atlântica
do interior no País.
Promovido pelo WWF-Brasil, será lançado
no seminário a "Visão de Biodiversidade
da Ecorregião Florestas do Alto Paraná",
um trabalho que envolveu mais de 30 organizações
no Brasil, Argentina e Paraguai, que propõe
um cenário de futuro para a Mata Atlântica,
a ser compartilhado com a sociedade e que poderá
nortear as ações de conservação
e desenvolvimento sustentável na região.
O "Seminário Alto Paraná: Estratégias
de Gestão Integrada" está sendo
realizado no auditório da Universidade Estadual
Paulista (Unesp), em Presidente Prudente, São
Paulo. Participam instituições, profissionais
e indivíduos que atuam na região do
Alto Paraná (sudoeste da Mata Atlântica).
O alvo é unir e articular esforços
que facilitem a implementação de ações
coordenadas para a conservação da
biodiversidade, dos recursos naturais e dos serviços
ambientais locais.
A publicação sendo lançado
pelo WWF-Brasil objetiva contribuir para o planejamento
da paisagem do Alto Paraná, propondo fórmulas
para compatibilizar a conservação
da natureza com as atividades humanas; melhorando
a qualidade de vida das pessoas ao mesmo tempo em
que se recupera o habitat de milhares de espécies
de plantas e animais ameaçados de extinção.
O Alto Paraná possui alguns dos maiores blocos
remanescentes de Mata Atlântica e abriga amostras
significativas de espécies daquela floresta,
que precisam ser conservadas de forma a manter a
biodiversidade da região. Para evitar a perda
dessas espécies, muitas ameaçadas
de extinção, é fundamental
promover a conectividade entre blocos remanescentes
de Mata Atlântica através da manutenção
e o plantio de corredores de floresta.
Isso torna-se urgente, uma vez que o espaço
físico de pequenos fragmentos de floresta
isolados é insuficiente para sustentar o
número de indivíduos considerado mínimo
para garantir a sobrevivência de uma espécie
por várias gerações.
Durante a elaboração da Visão,
foram identificadas diferentes categorias de áreas
e atividades. Identificou-se, por exemplo, que as
áreas mais sensíveis e preservadas
devem ser protegidas sob a forma de unidades de
conservação ou recuperadas.
Verificou-se também que os investimentos
em atividades econômicas sustentáveis
devem ser feitos em áreas identificadas como
estratégicas na conservação
dos serviços ambientais (como por exemplo
a manutenção dos recursos hídricos,
conservação dos solos e equilíbrio
do clima regional). Entre as atividades que devem
ser estimuladas nessas áreas estão
a agricultura orgânica, o plantio de sistemas
agroflorestais, o ecoturismo e o turismo rural,
entre outros.
No seminário, Apoena, companhias energéticas,
Ministério Público, produtores rurais,
movimentos sociais e diversas outras instituições
governamentais, não-governamentais, acadêmicas
e de fomento, e técnicos do WWF-Brasil estarão
reunidos buscando formas de gestão do patrimônio
natural da região do Alto Paraná.
A área abrange os estados de Minas Gerais,
Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo,
Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul,
além da província argentina de Misiones
e parte do Paraguai.
A idéia é implementar um grande corredor
verde nessa região, restabelecendo o fluxo
de vida e os processos ecológicos que mantêm
a biodiversidade. Entretanto, segundo Helena Maria
Maltez, coordenadora do Programa Mata Atlântica
do WWF-Brasil, esse "sonho só se tornará
realidade se a população da região
se envolver na conservação do pouco
que restou da floresta".
Confirmaram presença no seminário
o diretor de biodiversidade do Ministério
do Meio Ambiente, Dr. Paulo Kageyama, o diretor
de educação ambiental do Ministério
do Meio Ambiente, Dr. Marcos Sorrentino, o coordenador
do Núcleo Assessor de Planejamento da Mata
Atlântica do Ministério do Meio Ambiente,
Wigold B. Schaffer, o secretário estadual
de Meio Ambiente do Paraná, Luis Eduardo
Cheida, o pesquisador Claudio Valladares Pádua,
do IPÊ (Instituto de Pesquisas Ecológicas)
e o Gerente do Corredor de Biodiversidade da Itaipu
Binacional, Fernão Carbonar, além
de estudantes e representantes do Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem Terra e de ONGs da Argentina
e do Paraguai.
O Seminário será realizado na rua
Roberto Simonsen, 305 no auditório da Universidade
Estadual Paulista (UNESP), em Presidente Prudente.
Fonte: WWF-Brasil (www.wwf.org.br)
Assessoria de imprensa (Bruno Marsiaj)