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LOBOS-GUARÁ
MORREM NAS ESTRADAS DO DISTRITO FEDERAL
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Fevereiro de 2004
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A
cada ano morrem atropelados, em média,
quatro lobos-guarás na estrada que
passa ao lado da Estação Ecológica
de Águas Emendadas, próximo
a Planaltina, no Distrito Federal. As vítimas
dos atropelamentos podem ser tanto jovens
lobos que ainda não tiveram a chance
de deixar descendentes ou fêmeas grávidas
vítimas do excesso de velocidade. O
certo é que cada animal morto representa
uma perda significativa para uma população
residente na estação estimada
em cerca de cinco casais. Os dados foram apresentados
nesta segunda-feira, 9, durante o XXV Congresso
Brasileiro de Zoologia, que acontece durante
esta semana em Brasília. |
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O
autor da pesquisa é o estudioso Flávio
Rodrigues, da Pró-Carnívoros,
uma organização não-
governamental que atua pela conservação
dos mamíferos carnívoros e seus
habitats. Segundo ele, não bastam algumas
placas de sinalização informando
sobre a presença dos animais na região.
“É preciso reduzir a velocidade, controlá-la
e educar os motoristas em relação
à importância da presença
dos lobos e de outros animais na manutenção
do equilíbrio ecológico da reserva”,
afirmou o especialista.
Na rodovia não existem redutores de
velocidade e nem os famosos “pardais”, que
existem em profusão pelas avenidas
de Brasília. A capina regular do mato
à margem da rodovia já ajudaria
a reduzir a matança dos animais.
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“O
capim tira a visibilidade para os motoristas
e para os animais, que, ao sair da reserva,
logo dão de frente com os automóveis”,
explica Rodrigues.
Apesar da inexistência de estudos científicos
que o comprovem, estima-se que problema verificado
próximo à Estação
de Águas Emendadas ocorra nas demais
estradas que cruzam refúgios de fauna
silvestre. Das vinte e seis espécies
de carnívoros existentes no país,
o lobo-guará (Chrysocyon brachyurus)
é seguramente uma das maiores vítimas
dos atropelamentos nas estradas brasileiras.
O que os motoristas podem fazer para ajudar
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Ao
dirigir, o que fazer para diminuir a chance de atropelamento
de fauna?
Respeite o limite de velocidade e ande
até abaixo dele próximos de Unidades
de Conservação - parques e reservas.
Evite trafegar nos horários de crepúsculo,
quando os animais são mais ativos. Diminua
a velocidade ao passar próximo de rios, os
animais são frequentes nestes locais.
O
que devo fazer ao ver um animal silvestre atropelado?
Para sua segurança, não pare
na pista. O acostamento das rodovias deve ser utilizado
apenas para situações de emergência.
Anote a estrada, a quilometragem na estrada, se
era de terra, de asfalto e com quantas faixas, o
sentido da pista, a espécie de animal que
você acha que era, as condições
do tempo (chuva, neblina, etc), data, hora, se foi
você que atropelou, se presenciou o atropelamento
ou se apenas encontrou a carcaça já
morta. Se a estrada está sob responsabilidade
de uma concessionária, você deve imediatamente
informá-los sobre o atropelamento. Eles devem
providenciar o socorro do animal se este estiver
ferido ou a retirada da carcaça, se já
estiver morto. Se não for retirada do local,
a carcaça poderá atrair animais carniceiros
para a pista e logo estes também poderão
ser atropelados. Se você decidir parar no
acostamento para observar melhor o animal, o que
não recomendamos, lembre-se: Não toque
no animal. Se ele estiver ferido poderá ferir
você. Mesmo morto, pode lhe transmitir doenças
muito perigosas. Se for fotografar, lembre-se de
colocar algo ao lado da carcaça para servir
de parâmetro do tamanho (uma caneta, uma caixa
de fósforos, etc). Em breve, você poderá
enviar esta foto juntamente com o formulário
para que seja possível quem sabe a confirmação
da espécie.
O
que vai ser feito com as informações
que eu fornecer?
Sua informação será
somada à de outros motoristas e com o tempo
esperamos poder apontar, neste site, rodovias e
trechos específicos com maior número
de ocorrências relatadas pelos internautas.
Com isso: · antes de sair em viagem você
poderá checar se vai passar por algum trecho
muito citado e, assim, dirigir com cuidado nestas
áreas;
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Jornais,
escolas, ONGs, e pesquisadores de universidades
próximas destes locais poderão se
voltar para o problema procurando a melhor solução
local;
-
Eventualmente,
em casos em que fique registrada taxa expressiva
de acidentes com fauna, a Pró-Carnívoros
poderá diretamente promover ações
para comprovar cientificamente o relatado pelos
internautas e encaminhar soluções.
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