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GOVERNO
AMPLIA PRAZO PARA DISCUTIR PAVIMENTAÇÃO
DA BR-163
Panorama
Ambiental
Macapá (AP) – Brasil
Julho de 2004
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A sociedade terá
mais tempo para discutir o Plano BR-163 Sustentável.
A rodovia, que liga Cuiabá, no Mato Grosso,
a Santarém, no Pará, é alvo
de um plano de desenvolvimento sustentável
que busca a inclusão social, por meio da
geração de emprego e renda, e a conservação
dos recursos naturais. As audiências públicas
para a discussão do Estudo de Impacto Ambiental
e do Relatório de Impacto Ambiental (EIA-RIMA)
sobre o asfaltamento da rodovia, que seriam realizadas
de 19 a 23 de julho, foram transferidas para os
dias 02/08, em Guarantã do Norte (MT), 04/08,
em Novo Progresso (MT), e 06/08, em Santarém.
O secretário de Biodiversidade e Florestas
do Ministério do Meio Ambiente, João
Paulo Capobianco, explicou que a idéia é
dar mais tempo ao debate e aproveitar melhor o resultado
das consultas públicas sobre o assunto que
já estão sendo realizadas.
O Plano BR-163 Sustentável foi elaborado
por um grupo de trabalho formado por 14 ministérios,
sob coordenação da Casa Civil da Presidência
da República. O objetivo é construir
e implementar um plano de desenvolvimento sustentável,
baseado num conjunto de políticas públicas
estruturantes, com destaque para a pavimentação
da BR-163. A elaboração do plano está
sendo cercada de cuidados pelo governo para evitar
a repetição de um processo conhecido
na região em que a abertura de estradas tem
impacto direto no aumento dos índices de
desmatamento.
Já foram realizadas consultas públicas
para discutir o assunto em Santarém (PA)
e Altamira (PA), Novo Progresso (PA), Guarantã
do Norte (MT) e Sorriso (MT). Também serão
realizadas consultas em Apuí (AM), nos dias
19 e 20, e em Brasília, no dia 27 de julho.
As consultas estão sendo realizadas para
permitir que os governos dos estados do Mato Grosso,
Pará e Amazonas, prefeituras, entidades empresariais
e de trabalhadores e organizações
da sociedade civil opinem sobre o modelo de desenvolvimento
que está sendo traçado para a região.
O governo decidiu fazer uma rodada de discussão
em para Brasília para permitir que instituições
que não tenham base na Amazônia possam
participar das discussões sobre o asfaltamento
da rodovia e o plano de desenvolvimento sustentável.
A Rodovia Cuiabá-Santarém tem 1.765
quilômetros, dos quais cerca de 800 quilômetros
estão asfaltados, e atravessa uma das áreas
mais importantes da Amazônia em potencial
econômico, diversidade social, biológica
e riquezas naturais. Na região são
encontrados os biomas do Cerrado e da Floresta Amazônica
e três bacias hidrográficas (Teles
Pires/Tapajós, Xingu e Amazonas). A área
tem riquezas naturais abundantes, das quais dependem
populações tradicionais, urbanas,
agricultores familiares e mais de 30 povos indígenas.
Abriga, também, em especial no Centro-Norte
do Mato Grosso, um dos pólos agrícolas
mais produtivos do país, com destaque para
a produção de soja.
O governo pretende ampliar as discussões
sobre o assunto porque, apesar de seus potenciais
benefícios sociais e econômicos, a
envergadura da obra de pavimentação
da BR-163, com investimento superior a R$ 1 bilhão,
e com potencial de afetar uma imensa área
(974 mil km2) levanta preocupações
sobre os possíveis impactos sócio-ambientais.
As principais preocupações são
a aceleração das migrações
desordenadas, grilagem e ocupação
ilegal de terras públicas, concentração
fundiária, desmatamento, aumento da criminalidade
e a piora das já precárias condições
de saúde pública. Já existem
estudos apontando que a simples expectativa de conclusão
da pavimentação da Cuiabá-Santarém
já está contribuindo para a aceleração
de processos de ocupação desordenada
do território e de exploração
predatória dos recursos naturais.
Assessoria de Comunicação MMA
Fonte: Ibama (www.ibama.gov.br)
Ascom (Pedro Rocha)