GREENPEACE ESTENDE FAIXA NA PREFEITURA DE SOROCABA PEDINDO PROTEÇÃO À AMAZÔNIA

Panorama Ambiental
Sorocaba (SP) - Brasil
Julho de 2004

Organização pede que município participe do programa "Cidade Amiga da Amazônia", pelo qual se comprometerá a adquirir somente madeira legal

Na tarde desta segunda-feira, ativistas do Greenpeace estenderam uma faixa de 20 m2 no prédio da prefeitura de Sorocaba (SP), com a mensagem "A Amazônia tem pressa". O objetivo do protesto foi obter do prefeito da cidade, Renato Amary (PSDB-SP), uma legislação para evitar que a prefeitura continue comprando madeira ilegal e destrutiva, atendendo às exigências do programa "Cidade Amiga da Amazônia".

Após a manifestação, os coordenadores do programa, Gustavo Vieira e Rebeca Lerer, foram recebidos pelo secretário de governo, José Domingos Rabello. Segundo ele, que assumiu o cargo há 10 dias, a prefeitura dará uma posição para o Greenpeace até a próxima segunda-feira (19/07). "Desde janeiro, estamos tentando agendar um encontro com o prefeito por meio de mensagens pela internet e telefone, e não somos atendidos. Por isso, decidimos ser criativos e chamar a atenção do Sr. Amary para a urgência da questão", disse Gustavo Vieira, coordenador do programa do Greenpeace. Nesta terça-feira (13/07), os coordenadores do "Cidade Amiga da Amazônia" apresentarão o programa em uma audiência na Câmara Municipal, às 10h15 da manhã.
A região de Sorocaba é a terceira maior consumidora de madeira amazônica do Estado de São Paulo, comprando mais de 300 mil metros cúbico por ano. De acordo com o estudo "Acertando o Alvo II - Consumo de Madeira Amazônica e certificação florestal no Estado de São Paulo", publicado em 2002 pelas entidades Imazon, Imaflora e Amigos da Terra, a
mesorregião de Sorocaba figura entre as grandes distribuidoras de madeira para consumidores públicos e privados no Estado. Embora não existam dados oficiais disponíveis sobre o consumo de madeira pelo poder público, sabe-se que o município consome grande quantidade de madeira amazônica em obras públicas e mobiliário para os órgãos da administração. "Está na hora de o município de Sorocaba mostrar vontade política e assumir seu papel na proteção da floresta", afirmou Gustavo Vieira.

"Cidades como Campinas e São José dos Campos já estão desenvolvendo políticas de compra sustentáveis. O ritmo do desmatamento da Amazônia é de cerca de nove campos de futebol de floresta destruídos por minuto. Não há tempo a perder". Piracicaba e Botucatu também já assinaram o termo de compromisso do programa com o Greenpeace.
O objetivo do "Cidade Amiga da Amazônia" é incentivar prefeituras brasileiras a implementarem políticas de consumo consciente e incentivarem o mercado de madeira de manejo sustentável, adotando critérios para a compra de produtos madeireiros provenientes da Amazônia.

Para participar do programa, as administrações devem formular leis municipais que exijam quatro critérios básicos em qualquer compra ou contratação de serviço que utilize madeira produzida na Amazônia: proibir o consumo de mogno (1); exigir, como parte dos processos de licitação, provas da cadeia de custódia que identifiquem a origem legal da madeira; dar preferência à madeira proveniente de planos de manejo sustentável, inclusive madeira certificada pelo FSC (2); e orientar construtores e empreiteiros a substituir madeiras descartáveis utilizadas em tapumes, fôrmas de concreto e andaimes por alternativas reutilizáveis como ferro ou chapas de madeira resinada.
"Hoje, a prefeitura de Sorocaba não exige nenhuma prova de legalidade da origem da madeira que consome. Ao aderir ao programa 'Cidade Amiga da Amazônia', estará dando o primeiro passo para assumir a sua responsabilidade em defesa da floresta. Além disso, o dinheiro público deve ser usado para financiar o desenvolvimento sustentável da Amazônia, e não sua destruição", afirmou Gustavo Vieira. "A prefeitura deve ser exemplo de consumidor consciente para o restante da sociedade, utilizando seu poder de compra como política ambiental".
A indústria madeireira é uma das principais forças de destruição da Amazônia, maior floresta tropical do planeta. Entre 2001 e 2003, mais de 5 milhões de hectares de floresta foram perdidos. Mais de 85% da madeira produzida na região amazônica é consumida no Brasil, sendo que o Estado de São Paulo responde por 1/4 deste consumo - a maior parte da matéria-prima é oriunda de desmatamentos irregulares ou da extração ilegal.
O programa "Cidade Amiga da Amazônia" é parte da campanha do Greenpeace em defesa da floresta amazônica. Nos últimos anos, a organização vem denunciando a exploração ilegal de madeira e trabalhando por um novo modelo de desenvolvimento para a região.

(1) O mercado de mogno - a mais valiosa madeira da Floresta Amazônica - foi paralisado desde dezembro de 2001, quando o Ibama proibiu a exploração, transporte e comércio da espécie após comprovar a enorme ilegalidade que caracteriza o setor. Ações de fiscalização realizadas nas áreas de extração e nas empresas exportadoras constataram a exploração ilegal em terras indígenas e áreas públicas, fraude e desrespeito à legislação florestal. Em 2003, o governo federal criou uma legislação específica para a exploração de mogno na Amazônia, mas até hoje não existem empresas capazes de realizar o manejo do mogno de acordo com tais padrões.

(2) Atualmente, os melhores padrões e critérios de manejo florestal são os estabelecidos pelo FSC (Forest Stewardship Council, ou Conselho de Manejo Florestal). O FSC é o único sistema de certificação independente que adota padrões ambientais internacionalmente aceitos, incorpora de maneira equilibrada os interesses de grupos sociais, ambientais e econômicos e tem um selo amplamente reconhecido no mundo todo. O sistema FSC assegura a integridade da cadeia de custódia da madeira desde o corte da árvore até o produto final chegar às mãos dos consumidores. O FSC oferece a melhor garantia disponível de que a atividade madeireira ocorre de maneira legal e não acarreta a destruição das florestas primárias como a Amazônia.

Fonte: Greenpeace-Brasil (www.greenpeace.org.br)
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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