IBAMA PARTICIPA DO I CONGRESSO BRASILEIRO DE HERPETOLOGIA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Julho de 2004

O Centro Nacional de Conservação e Manejo de Répteis e Anfíbios - RAN/Ibama participa durante esta semana do I Congresso Brasileiro de Herpetologia, que acontece em Curitiba. O evento reunirá especialistas e estudantes em répteis e anfíbios de todo país.

O RAN fará parte do Fórum de Estratégias para a Conservação e Manejo dos anfíbios.

Dono de uma das maiores biodiversidades em anfíbios do Planeta, o Brasil está perdendo diversas espécies de rãs, sapos e pererecas que nem tiveram tempo de ser devidamente estudadas, apesar de existirem há milhões de anos e serem testemunhas da história evolutiva da Terra. A principal ameaça vem das ações humanas, principalmente a destruição de habitat para a aagricultura, a pecuária e o avanço das áreas urbanas. Poluição de rios e lagos e desmatamentos também colocam em risco a sobrevivência dos anfíbios.
Na lista brasileira das espécies da fauna silvestre ameaçada de extinção, existem 36 espécies de répteis e anfíbios. Apesar de causarem medo e estranhamento nas pessoas, os animais pertencentes a esse grupo são de grande importância para o meio ambiente, com benefícios especiais para os seres humanos.

Indicadores de qualidade ambiental

Os anfíbios apresentam alto grau de endemismo. Na prática, isso significa que várias espécies vivem apenas em áreas restritas com condições ambientais específicas. Se a área for degradada e essas condições desaparecem, muitas espécies podem ser extintas. Devido às suas características fisiológicas, principalmente as relacionadas à sua pele, os anfíbios são muito suscetíveis à contaminação química das águas, explica Reuber Brandão. Segundo ele, a introdução de espécies invasoras, as mudanças climáticas globais, os desmatamentos, a poluição e a diminuição da camada de ozônio são fatores que colocam a vida desses animais em perigo.
Com pele permeável e ovos aquáticos envolvidos em uma delgada camada gelatinosa, os anfíbios absorvem rapidamente substâncias diluídas no meio à sua volta. "Por necessitarem de boa qualidade dos ambientes para a reprodução, os anfíbios são excelentes indicadores ambientais. Sua presença pode denunciar a saúde do ecossistema em que habita" diz o herpetólogo.

Diversidade em anfíbios

O Brasil é pródigo em espécies de anfíbios. Está entre os maiores do mundo, com cerca de 650 espécies conhecidas, sendo 150 delas estimadas para o Cerrado. Mas este é um número considerado pequeno diante do que o bioma ainda esconde. "Esse fato mostra o quanto estamos longe de um conhecimento minimamente satisfatório em relação às nossas espécies, sobretudo no Cerrado", diz o pesquisador Reuber Brandão. Falta de recursos para pesquisas e a velocidade com que se avança a destruição do bioma são fatores que impedem o avanço das investigações.
"No primeiro caso, ainda se pode recuperar o tempo perdido. Resta saber se no futuro haverá Cerrado para abrigar as espécies para que as estudemos", questiona. A lista oficial do Ibama apresenta 16 espécies de anfíbios em perigo de extinção. Número que, provavelmente, é bem maior considerando a escassez de dados mais abrangentes sobre as perdas da biodiversidade nacional.

Perereca do Cerrado pode curar doença de Chagas

Uma perereca nativa do Cerrado, com três centímetros e meio de comprimento e descoberta pelo herpetólogo Reuber Brandão, pode ser a esperança no combate à doença de Chagas, provocada pelo Trypanosoma cruzi. A pequena perereca, Phyllomedusa oreades - ainda sem nome popular, tem, na pele, a dermaseptina, substância que já está sendo estudada por uma equipe de pesquisadores da Embrapa, com resultados animadores. A descoberta amplia o conhecimento sobre o Cerrado e chama a atenção para a necessidade de mais pesquisas sobre os anfíbios encontrados na região. O número de espécies dessa Classe descritas ainda é pequeno se comparado à sua biodiversidade que se revela surpreendente.
A Phyllomedusa oreades é endêmica das terras altas do Planalto Central, regiões com altitudes superiores a 900 metros. Pode ser encontrada em áreas da Chapada dos Veadeiros, na Serra dos Pirineus, nas partes altas da Serra da Mesa e no distrito Federal. A perereca tem coloração dorsal verde com desenhos reticulados de coloração preta, sépia e púrpura sobre um fundo amarelo ou, laranja nas laterais do corpo. Vive em pequenos riachos de águas cristalinas, com fundo de pedras, nos campos rupestres típicos de montanhas. Durante o longo período de seca do Cerrado, o animal abriga-se sob os cupinzeiros, onde a temperatura mais baixa e a umidade são vitais para sua sobrevivência.

Fonte: Ibama (www.ibama.gov.br)
Ascom

 
 
 
 

 

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