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EDITAL DO
PROBIO LIBERA RECURSOS PARA ESTUDOS SOBRE
POLINIZAÇÃO
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Janeiro de 2004
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O Ministério
do Meio Ambiente irá financiar pesquisas
para a elaboração de planos de manejo
de uma ou mais espécies polinizadoras nativas
(autóctones) associadas a espécies
vegetais de interesse sócio- econômico,
cultivadas ou de extrativismo. O objetivo é
incentivar o uso sustentável e restauração
da diversidade de polinizadores na agricultura.
As pesquisas atuais apontam o número de espécies
potenciais polinizadoras, aquelas que visitam flores,
mas não se sabe ao certo quantas efetivamente
realizam a função.
Um edital do Projeto de Conservação
e Uso Sustentável da Biodiversidade Brasileira(Probio)
está disponibilizando recursos no valor de
R$ 900 mil para pesquisas em todos os ecossistemas
brasileiros. Serão aceitos projetos de até
R$ 150 mil para serem concluídos em um ano.
As propostas deverão prever a elaboração
de um plano de manejo para as espécies polinizadoras;
a elaboração de um diagnóstico
da relação entre espécies polinizadoras
e polinizadas e a difusão dos conhecimentos
gerados e das práticas consolidades. Poderão
concorrer instituições públicas
de pesquisa, instituições públicas
ou privadas de ensino e pesquisa sem fins lucrativos
e ONGs. O prazo para apresentação
de propostas vai até 5 de março e
o resultado deve ser divulgado até 30 de
março.
A íntegra do edital pode ser obtida no endereço
eletrônico:
http://
www.mma.gov.br/port/sbf/chm/probio/editais/editais.html.
A polinização é um serviço
essencial para o ecossistema que depende principalmente
de relações entre espécies:
a polinizada e a do polinizador. Em muitos casos
são estabelecidas relações
complexas entre planta e animal e a redução
ou perda de qualquer um dos dois afetará
a sobrevivência de ambos.
No Brasil, são conhecidas, aproximadamente,
2000 espécies de abelhas polinizadoras potenciais.
O manejo de polinizadores envolve, além de
profundo conhecimento sobre a biologia das espécie,
a identificação das causas que levaram
ao declínio da população de
polinizadores e, em conseqüência, da
produção das culturas agrícolas
e das técnicas disponíveis para que
as espécies polinizadoras se recuperem em
número e voltem a ocupar áreas onde
se distribuíam originalmente.
A diversidade de espécies, inclusive nos
cultivos agrícolas, depende da polinização
animal. Pelo menos um terço das plantas agrícolas
do mundo dependem da polinização fornecida
por insetos e outros animais. Outros cultivos são
polinizados pelo vento ou produzem frutos sem polinização.
Para a sustentabilidade da polinização
animal é necessário a existência
de recursos para a reprodução e alimentação
dos seus agentes, como remanescentes de vegetação
natural primitiva.
Nos locais onde os ecossistemas relacionados estão
reduzidos ou perdidos, os polinizadores se tornam
limitados e é necessária a adoção
de práticas de manejo sustentável
das espécies para restauração
da sua diversidade. Em diversas partes do mundo,
a produção agrícola e a diversidade
de agro-ecossistemas são ameaçadas
pelos declínios das populações
de polinizadores. As principais causas para este
declínio são a fragmentação
de hábitats, as substâncias químicas
agrícolas e industriais, os parasitas e doenças
e a introdução de espécies
exóticas.
A diversidade de plantas silvestres e a variabilidade
de plantas cultivadas dependem da diversidade de
polinizadores. Embora as abelhas sejam o grupo mais
importante de polinizadores, com mais de 25.000
espécies diferentes, morcegos, pássaros,
borboletas, mariposas, moscas e besouros também
contribuem com este serviço. Algumas plantas
recebem visitas de muitos polinizadores diferentes,
enquanto outras têm exigências específicas.
O mesmo acontece para os polinizadores; alguns são
generalistas e outros altamente especializados,
como é o caso de espécies de figueiras
e vespas que dependem uma da outra para reproduzirem.
Diante desta diversidade de papéis e exigências,
a polinização requer investigações
detalhadas e, com freqüência, a aplicação
de práticas de manejo é complexa.
Na maioria dos casos, falta conhecimento sobre as
relações exatas entre espécies
de plantas e seus polinizadores, que freqüentemente
são bastante específicas.
Como ainda existem lacunas de informação
no Brasil sobre manejo de polinizadores, o Ministério
do Meio Ambiente e o Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico decidiram
apoiar projetos a serem desenvolvidos localmente
e que gerem informações, metodologias
e práticas sobre o tema.
Fonte: Ibama (www.ibama.gov.br)
Assessoria de comunicação