DIREITOS INDÍGENAS EM DEBATE NO MEMORIAL DA AMÉRICA LATINA, EM SÃO PAULO

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) - Brasil
Abril de 2004

Respeito aos Direitos Indígenas é bom e nós gostamos! é o nome do evento que se realizará na próxima segunda-feira, 12 de abril, no Memorial da América Latina. Compõe-se de uma mesa-redonda, que tratará de questões como mudanças nas regras da demarcação das terras entre outras e fará um balanço histórico sobre a situação dos povos indígenas no Brasil, desde a promulgação da Constituição de 1988.

Pedro Martinelli

A Fundação Memorial da América Latina e o Instituto Socioambiental estarão realizando no próximo dia 12 de abril uma mesa-redonda para debater direitos indígenas, e, em seguida, inauguram a exposição fotográfica, que apresenta a saga dos índios Panará e ficará em cartaz até 16 de maio.
Denominada Panará, depois da volta dos índios gigantes, a mostra conta a história dos índios Panará desde que foram contatados na década de 1970 - e boa parte deles dizimada - até hoje, através das imagens registradas pelo fotógrafo Pedro Martinelli ao longo desses anos. Uma história de perdas e ganhos, com final feliz, que faz dos Panará um exemplo de resistência e persistência. Outros povos indígenas não tiveram a mesma sorte. A exposição traz uma coleção de 37 fotos em branco e preto tirada por Martinelli entre 1970 e 2004. As fotos mais recentes mostram como vivem os Panará na aldeia Nãsepotiti, às margens do Rio Iriri, na fronteira do Mato Grosso com o Pará.
Pedro Martinelli, autor de livros de fotojornalismo como Amazônia, o Povo das Águas e Mulheres da Amazônia, divide seu tempo entre São Paulo, onde mora, e a região amazônica, sempre registrando o cotidiano das populações indígenas e ribeirinhas que ali habitam. Sua história com os índios Panará começou no final de 1970, quando fotógrafo do jornal O Globo, foi designado para cobrir o contato dos irmãos Villas Bôas com os índios isolados na Amazônia.
A abertura da exposição contará com a participação de representantes dos Panará e durante o evento serão exibidos trechos de documentários recentes sobre os Panará.

A mesa-redonda

O debate em torno dos direitos indígenas reunirá representantes do Ministério da Justiça, especialistas e alguns destacados defensores dos direitos dos índios que irão discutir, entre outros temas, possíveis modificações nas regras da demarcação das terras indígenas. Pretende também fazer um balanço histórico sobre o que mudou desde que a Constituição de 1988 foi promulgada. Entre os participantes estarão: o senador Sibá Machado (PT/AC), antropóloga Carmem Junqueira, da PUC de São Paulo e integrante do Conselho Indigenista da Funai, a advogada indígena Joênia Batista Carvalho Wapichana - que representa o Conselho Indígena de Roraima (CIR), Márcio Santilli, um dos diretores do Instituto Socioambiental (ISA) e Sergio Leitão, secretário geral do ISA, que atuará como moderador.

Quem são os Panara

Os índios Panará foram protagonistas de uma trágica história de contato com os brancos, na década de 1970, quando foram atraídos no início da construção da BR-163, a Rodovia Cuiabá-Santarém, para ligar o Mato Grosso ao Pará. Acabaram expulsos de suas terras e, abandonados, foram quase extintos, vitimados por gripes e diarréias. Muitos foram esmolar à beira da rodovia. Dos 400 indivíduos que eram em 1973, estavam reduzido a 70, dois anos depois.
Transferidos, então, pela Funai, para o Parque Indígena do Xingu, por lá perambularam indo de um lado para o outro, vivendo em condições precárias e humilhados. Mas nunca deixaram de acalentar o sonho de um dia poder voltar para casa. Com a ajuda do Instituto Socioambiental e de organizações de defesa dos Direitos Indígenas, acabaram descobrindo que uma parte de suas antigas terras estava intacta, às margens do Rio Iriri, na fronteira norte do Mato Grosso com o sul do Pará. Construíram uma nova aldeia – Nãsepotiti - e para lá começaram a se mudar efetivamente a partir de 1995. Hoje, conseguiram recompor sua população, que tem quase 300 pessoas. Em setembro de 2000, ganharam a ação indenizatória impetrada contra a União e a Funai, em decisão inédita da Justiça Federal. A indenização lhes foi entregue no final de julho do ano passado, em cerimônia na aldeia.

Fonte: ISA – Instituto Socioambiental (www.socioambiental.org.br)
Inês Zanchetta

 
 
 
 

 

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