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INDIGENISTAS
BUSCAM EM RONDÔNIA INFORMAÇÕES
SOBRE CONFRONTO ENTRE CINTA LARGA E GARIMPEIROS
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Abril de 2004
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Os indigenistas
Valter Bois e Apoena Meireles estão, desde
a manhã de hoje, na reserva indígena
da tribo Cinta Larga, em Rondônia (RO). Funcionários
da Fundação Nacional do Índio
(Funai), os dois partiram de Cacoal, cidade que
fica a três horas de avião da reserva.
Bois e Meireles buscam informações
sobre possíveis vítimas do confronto
entre a tribo e os garimpeiros. No fim de semana,
a Polícia Federal encontrou os corpos de
três pessoas na região do conflito,
localizada nas proximidades de uma mina de diamante
explorada ilegalmente desde 1999.
Ontem (14), a PF, a Funai e o governo de Rondônia
receberam denúncias de que 17 novos corpos
teriam sido encontrados por um grupo de garimpeiros
que invadiu a reserva no domingo. As buscas aos
desaparecidos e aos invasores foram intensificadas
pela Polícia Federal ontem à tarde.
Desde as 9h da manhã de hoje, um avião
e um helicóptero da Polícia Federal
sobrevoam a reserva. O superintende da PF em Rondônia,
Marco Aurélio Moura, afirma que nenhum novo
corpo foi encontrado até agora.
Administrador da sede da Funai em Cacoal, Trajano
Azevedo acredita que os indigenistas serão
fundamentais para a operação de busca
liderada pela PF. “Na semana passada, o Valter esteve
na tribo e recebeu algumas indicações”,
conta Azevedo. “Alguns índios Cinta Larga
estiveram aqui hoje, mas não quiseram falar
nada prá gente”.
De acordo com Trajano, a tribo dos Cinta Larga conta
com uma população de 1,5 mil índios.
Na década de 60, havia 5 mil índios
na reserva. A diminuição da tribo
teria ocorrido depois de uma série de conflitos
por terra, travadas com índios de outras
tribos e invasores brancos.
A disputa pela exploração do diamante
começou na última década. O
número de vítimas desse novo confronto,
tanto entre os índios, quanto entre os garimpeiros,
ainda é desconhecido.
O administrador da Funai em Cacoal descreve os Cinta
Larga como uma tribo que tenta manter a tradição,
mas compartilha de algumas ambições
típicas dos brancos. “Eles só se tornam
agressivos quando são ameaçados”,
conta Trajano.
Fonte: Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Juliana Cézar Nunes