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MEIO AMBIENTE
FARÁ CAMPANHA PARA COMBATER ESPÉCIES
EXÓTICAS TRAZIDAS POR NAVIOS
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Abril de 2004
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O Ministério
do Meio Ambiente lança, na próxima
semana, uma campanha nacional de combate ao mexilhão
dourado, molusco introduzido no Brasil por volta
de 11000, trazido pela água de lastro dos
navios mercantes. Utilizada pelas embarcações
para dar estabilidade aos navios, a água
de lastro acaba transportando espécies exóticas
de um país para outro, o que causa desequilíbrio
nos ecossistemas.
O mexilhão dourado proliferou rapidamente
no sul do país e hoje está causando
entupimento de tubulações de abastecimento
de água e de filtros das turbinas de hidrelétricas.
A presença do mexilhão dourado nas
águas brasileiras afeta também a atividade
econômica, principalmente das populações
que tradicionalmente vivem da pesca.
O objetivo da campanha é esclarecer sobre
os problemas causados pela invasão do molusco
e a necessidade de conter sua expansão. Serão
distribuídos folders com orientação
de como combater o mexilhão dourado e informações
sobre o molusco.
Também está prevista a apresentação
do Plano de Ação Emergencial, aprovado
pela Força Tarefa Nacional para Controle
do Mexilhão. A Força Tarefa foi coordenada
pelo Ministério do Meio Ambiente e conta
com representantes dos ministérios da Agricultura,
Integração, Saúde, Transportes,
Minas e Energia e Marinha, governos estaduais e
empresas de saneamento e energia. De acordo com
o Ministério do Meio Ambiente, uma das medidas
do Plano é a utilização de
hipoclorito de sódio nas represas, onde for
detectada concentração de mexilhão
dourado, e tinta anti-incrustante nos cascos das
embarcações que transitam pelas áreas
afetadas.
Há dez anos, vários países
discutem uma saída para evitar a contaminação
dos seus territórios com a água de
lastro. Em fevereiro, a Organização
Marítima Internacional - agência das
Nações Unidas para a segurança
da navegação e prevenção
da poluição marinha - decidiu adotar
uma nova Convenção Internacional para
Controle e Gestão da Água de Lastro.
Os países signatários da convenção
adotarão medidas para reduzir a introdução
dessas espécies. A convenção,
no entanto, só entrará em vigor se
for ratificada por pelo menos 30 países,
que representem 35% da tonelagem da frota mundial.
O acordo para navegação internacional
exigirá o cumprimento de padrões de
controle de espécies invasoras, de patógenos,
vírus e bactérias. Há indícios
de que o vibrião do cólera tenha sido
introduzido no Brasil e em outros países
por água de lastro.
De acordo com o que foi estabelecido, as embarcações
devem realizar a troca da água de lastro
em alto mar, no mínimo a 200 milhas da costa
ou a 200 metros de profundidade, pelo menos três
vezes.
Dados do Ministério do Meio Ambiente revelam
que o transporte marítimo movimenta mais
de 80% das mercadorias do mundo e transporta diariamente
pelo menos 7.000 espécies entre diferentes
regiões do globo.
Fonte: Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Assessoria de imprensa (Cristina Guimarães)