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USP APRIMORA
MÉTODO DE CAPTAÇÃO
DA ENERGIA SOLAR
Panorama
Ambiental
São Paulo (SP) - Brasil
Abril de 2004
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A recorrência
da proteção do meio ambiente como
tema de diversas reuniões entre países
e a proliferação de Ongs que abraçam
a causa ambiental mostram que a preservação
da natureza recebe cada vez mais atenção
de todo o mundo. O laboratório de Fotoquímica
Inorgânica e Conversão de Energia,
do Instituto de Química da USP desenvolve
uma pesquisa de captação e transformação
da energia solar em elétrica que busca auxiliar
os esforços nesse sentido.
A pesquisa liderada pela professora Neyde Yukie
Murakami Iha criou dispositivos (células
solares chamadas Dye Cells, marca registrada pela
USP) que substituem com vantagens as já conhecidas
placas negras de absorção e conversão
da luz do Sol em eletricidade (as células
fotovoltaicas tradicionais). Essa tecnologia separa
os processos de absorção da luz e
de transformação da energia solar
em elétrica, que passa a ser realizada não
pela placa semicondutora em si, mas por substâncias
corantes sensibilizadoras depositadas sobre a mesma.
Isso permite um maior aproveitamento da luz captada,
com otimização acima de 90% de conversão
para algumas regiões de irradiação
solar.
A célula fotovoltaica convencional é
comumente utilizada em satélites e veículos
espaciais, mas seu uso ainda é pouco propagado
devido ao seu alto custo. Embora seja uma das formas
de energia alternativa mais viável, a maior
parte da energia utilizada no mundo hoje é
produzida por meio de processos reconhecidamente
danosos ao meio-ambiente. A construção
de barragens para hidrelétricas causa graves
desequilíbrios no ecossistema em que são
instaladas e exige um alto investimento. O uso de
combustíveis fósseis, especialmente
o petróleo e o carvão mineral, é
extremamente poluente, além de ser uma fonte
não-renovável de energia e de sua
oferta estar sujeita à condição
econômica e política dos países
produtores.
As Dye Cells apresentam-se, então, como uma
alternativa para a solução desses
problemas, já que o material utilizado na
sua produção não é tóxico,
não agride o meio ambiente e, ao contrário
das células tradicionais, o custo energético
de sua produção é baixo. Sua
fonte de energia é abundante e renovável
e a matéria-prima base dessas células,
o dióxido de titânio, é um produto
barato.
Outra vantagem é que essas células
têm boa eficiência mesmo sob pouca iluminação,
como em dias nublados. Além disso, essas
células podem ter a aparência de um
vidro com a cor do corante utilizado, o que permite
que a fração de luz não convertida
em eletricidade seja transmitida. Dessa forma, as
células podem ser usadas em substituição
a painéis e janelas. Os benefícios
trazidos por essa tecnologia alcançam ainda
a área social, já que possibilita
a geração de eletricidade em comunidades
isoladas.
As Dye-cells tiveram sua validade técnica
e comercial para a industrialização
do invento comprovada por meio de Estudo da Viabilidade
Técnica e Econômica (EVTE), especialmente
desenvolvido a pedido do Ministério de Ciência
e Tecnologia (MCT) e da Financiadora de Estudos
e Projetos (Finep). A tecnologia recebeu inclusive
menção honrosa do XXVIII Prêmio
Governador do Estado - Invento Brasileiro, em 2002.
(Agência USP)
Fonte: Ibama (www.ibama.gov.br)
Ascom