Panorama
Ambiental
Belém (PA) – Brasil
Junho de 2004
Duas rãs
coloridas com tamanhos variando entre três
a quatro centímetros - espécies de
anfíbios consideradas raras - foram apreendidas
pelo Ibama no bairro Nova Marabá, no município
de Marabá, a 600 km Belém, sudeste
do Estado do Pará. Os anfíbios estavam
em um criadouro conservacionista não autorizado
pelo Ibama, de propriedade de Paulo Sérgio
Ferreira.
Segundo informações do Núcleo
de Fauna do Ibama existiam 17 indivíduos
entre adultos, larvas e girinos no criadouro, porém,
os agentes só encontraram duas rãs.
As outras “foram devolvidas a natureza” disse Ferreira
aos agentes. Esse fato está sendo investigado
pelo Serviço de Inteligência do Ibama.
Por enquanto, a apreensão foi em virtude
do mesmo manter animais silvestres em cativeiro,
contrariando o que determina o Artigo 29 da Lei
9.605/98 - Lei dos Crimes Ambientais. “Não
descartamos a hipótese de biopirataria”,
explicou Marcílio Monteiro, gerente do Ibama
no Pará.
Paulo Ferreira requereu em setembro de 2002 ao Ibama,
a implantação de criadouro conservacionista
para essas espécies de anfíbios pertencentes
à família Denbrobates galactonutos
- espécies de sapinhos com cores extravagantes
que apresentam pele rica em alcalóides farmacalogicamente
ativos e, que por isso, se tornam venenosos e logo
não devem ser comidos, nem manuseados por
mãos com ferimentos.
Segundo os especialistas a presença de alcaóides
se constitui em risco para crianças. Essas
espécies quando lambidas produzem alterações
no sistema nervoso dos humanos com reações
alucinógenas. Os índios utilizam o
veneno de sapos e rãs para pescar, caçar
e guerrear na selva. Nos Estados Unidos e na Europa
esses sapinhos valem algumas centenas de dólares
a unidade. Em países como a Holanda já
existem alguns exemplares que foram reproduzidas
em cativeiros.
Ascom/PA