ESTUDOS INDICAM QUE FLORESTA AMAZÔNICA PODE AMENIZAR O EFEITO ESTUFA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) - Brasil
Julho de 2004

29/07/2004 - Resultados obtidos no LBA (Experimento de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia) indicam mudanças de paradigma nas ciências ambientais. Essa foi uma das conclusões destacadas por Flávio Luizão, biólogo do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), instituto vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), durante a 3ª Conferência Científica do LBA . O evento termina hoje (29) em Brasília.
De acordo com a teoria clássica da Ecologia, ecossistemas em equilíbrio, que incluem florestas maduras (florestas antigas e/ou intocadas), como a amazônica, não absorvem, nem eliminam dióxido de carbono (CO2) em excesso na atmosfera. Assim, tudo que essas florestas absorveriam durante o dia pela fotossíntese seria eliminado à noite, em forma de respiração, dando um balanço zero ao carbono.
No entanto, segundo Flávio Luizão, que é o coordenador regional do LBA em Manaus, os resultados do experimento têm mostrado que a Floresta Amazônica está respondendo ao desequilíbrio atmosférico, causado pelo aumento da concentração de CO2 nas últimas décadas. O crescimento da taxa de concentração atualmente já atingiu o patamar de 2 a 3 ppm (parte por milhões) por ano. "A floresta está respondendo a esse desequilíbrio absorvendo mais carbono e acumulando esse gás na biomassa (folhas, troncos e raízes)", explica Flávio.
O projeto mostra, no entanto, que esse comportamento da floresta não é uniforme. Se em alguns locais da região amazônica a floresta comporta-se como uma fonte receptora de CO2, em outros, como em Santarém (PA), ela opera como uma fonte emissora da substância. "Santarém é um município localizado numa faixa mais seca da Amazônia, muito afetada pelo fenômeno El Niño. Tal fenômeno produziu a destruição de grande quantidade de árvores, que, agora, estão se decompondo e emitindo dióxido de carbono para a atmosfera", explica o pesquisador.
O aparente paradoxo dos dados, recolhidos por 14 torres de fluxos implantadas pelo experimento em várias microrregiões na Amazônia, na realidade, são fruto de uma descrição ambiental não só macro, mas, também, de cenários locais. "Os resultados mostram que não podemos pensar em uma política para a Amazônia como um todo, mas em políticas locais, específicas para cada microrregião", explica o pesquisador.
Ao todo, o projeto possui 16 torres instaladas na região. Dessas, 14 são equipadas para medir, a uma altura de 15 a 20 metros acima da copa das árvores, o fluxo de carbono e o fluxo de energia (calor, luz) na região. Além disso, medem direção do vento, quantidade de chuva e funciona m como torres de climatologia. Duas, funcionam apenas como estações climatológicas. Como essas torres não cobrem a área total, estão sendo montadas uma torre no alto do Rio Negro e outra em Mamirauá, em uma área de floresta alagada. "Precisamos ter uma cobertura mais ampla para saber a média de emissão e absorção de CO2 pela floresta amazônica", diz Flávio.
Atualmente, a projeção dos pesquisadores envolvidos no Experimento, tomando como base os dados colhidos pelas torres já instaladas, é que a floresta nativa está absorvendo CO2 presente na atmosfera a uma taxa de meia a uma tonelada por hectare ao ano. "Se esses resultados forem confirmados será extraoridinário, pois sublinham o papel fundamental do floresta amazônica na diminuição do efeito estufa, provocado pela alta taxa de concentração de carbono encontrada hoje na atmosfera", conclui o pesquisador.

LBA

Considerado o maior projeto de cooperação científica internacional na área ambiental, o LBA estuda as interações entre a Floresta Amazônica e as condições atmosféricas e climáticas em escala regional e mundial.
O Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) é o responsável pelo gerenciamento do projeto LBA, tendo o INPA na coordenação científica de 245 instituições parceiras.

Fonte: MCT – Ministério da Ciência e Tecnologia (www.mct.gov.br)
Assessoria de imprensa (Andrea Vilhena)

 
 
 
 

 

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