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ONGS DISCUTEM
COM GOVERNO O PLANO BR-163 SUSTENTÁVEL
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) - Brasil
Julho de 2004
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28/07/2004 - Representantes
de organizações como o Instituto Socioambiental
(ISA), a Fundação Viver, Produzir
e Preservar (FVPP) e o Grupo de Trabalho Amazônico
(GTA) reuniram-se ontem (27/7) com o ministro da
Integração Nacional, Ciro Gomes, e
do Meio Ambiente, Marina Silva, entre outros representantes
do poder público. Apontaram preocupação
com a generalidade do plano e defenderam o fortalecimento
de órgãos como o Ibama e o Incra na
região.
Após passar por Santarém (PA), Altamira
(PA), Novo Progresso (PA), Guarantã do Norte
(MT), Sorriso (MT) e Apuí (AM), o governo
federal encerrou ontem (27/7), em Brasília,
a série de consultas públicas para
“colher subsídios dos diversos setores organizados
da sociedade para a elaboração e implementação
do Plano de Desenvolvimento Sustentável para
a Área de Influência da Rodovia BR-163”
- trabalho que está sendo desenvolvido desde
março deste ano por 14 ministérios,
sob coordenação da Casa Civil.
Representando o governo, o ministro da Integração
Nacional, Ciro Gomes, a ministra do Meio Ambiente,
Marina Silva, o secretário de Biodiversidade
e Florestas do MMA, João Paulo Capobianco,
o assessor do Ministério dos Transportes,
João Maria Cunha, e o assessor da Casa Civil
e coordenador do Grupo de Trabalho Interministerial
do Plano BR-163 Sustentável, Johaness Eck.
Já entre os participantes da sociedade civil,
integrantes do Instituto Socioambiental (ISA), do
Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia
(IPAM), da Fundação Viver, Produzir
e Preservar (FVPP), do Grupo de Trabalho Amazônico
(GTA), do Instituto Centro Vida (ICV), do Greenpeace,
da Amigos da Terra-Amazônia Brasileira, da
Fundação Cebrac, da The Nature Conservancy
do Brasil (TNC), do WWF-Brasil, da Conservation
International (CI), do Instituto do Homem e do Meio
Ambiente da Amazônia (Imazon) e do Fórum
Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio
Ambiente e o Desenvolvimento.
Na abertura da reunião, Ciro Gomes afirmou
que a reunião em Brasília representava
a reparação do erro do governo de
não prever durante o processo de consulta
pública um momento para colher subsídios
das instituições de âmbito nacional
com atuação na Amazônia, referindo-se
à crítica apresentada em carta por
algumas entidades sobre o processo de consulta.
A generalidade do Plano BR-163 Sustentável
foi o ponto mais criticado, especialmente considerando
as propostas elaboradas por movimentos sociais e
ONGs no ano passado, processo que mobilizou 340
instituições e mais de 1.200 pessoas,
consolidado na Carta de Santarém, que reúne
reivindicações relacionadas a Infra–Estrutura
e Serviços Básicos, Ordenamento Fundiário
e Combate à Violência, Estratégias
Produtivas e Manejo dos Recursos Naturais, Fortalecimentos
Social e Cultural das Populações Locais,
Gestão Ambiental, Monitoramento e Áreas
Protegidas para a Área de Influência
da BR-163.
As organizações não governamentais
também manifestaram preocupação
com a capacidade dos órgãos de governo
para implementar as ações previstas,
defendendo o fortalecimento de órgãos
como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Instituto
Nacional de Colonização e Reforma
Agrária (Incra) e Polícia Federal
na região.
A sociedade civil defendeu ainda que as medidas
previstas no Plano BR-163 Sustentável sejam
incorporadas pelo Estudo de Impacto Ambiental e
Relatório de Impacto Ambiental (EIA-RIMA),
que serão discutidos em audiências
públicas que ocorrerão em 2/8, em
Guarantã do Norte (MT), em 4/8, em Novo Progresso
(PA), e em 6/8, em Santarém.
Entre as ações que já estão
sendo promovidas na área de influência
da rodovia para conter o desmatamento, Marina Silva
destacou as ações de fiscalização
na Terra do Meio (região de 8 milhões
de hectares situada entre os rios Xingu e Tapajós/PA),
a instalação de bases operacionais
do Ibama nas áreas mais críticas e
a regularização fundiária promovida
pelo Incra.
A partir das sugestões e comentários
apresentados durante as consultas públicas,
o Grupo de Trabalho Interministerial deve finalizar
a elaboração do Plano BR-163 Sustentável
em outubro e começar a implementá-lo
em novembro deste ano.
Fonte: ISA – Instituto Socioambiental
(www.socioambiental.org.br)
Assessoria de imprensa