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PESQUISADOR
PREVÊ A SAVANIZAÇÃO
DA AMAZÔNIA ATÉ O PRÓXIMO
SÉCULO
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) - Brasil
Julho de 2004
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28/07/2004 - Mantidos
o cenário atual e a progressão do
desflorestamento, uma parte dos 6 milhões
de km² que compõem a floresta amazônica
deverá ter se transformado em savana, em
um período que pode variar de 50 a 100 anos.
A afirmação é do pesquisador
e coordenador científico do LBA - Experimento
de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia,
Carlos Nobre. Essa “savanização” pode
variar de 60%, no pior cenário, a zero, caso
sejam implantadas medidas eficazes contra o desmatamento.
Em um cenário intermediário, haveria
uma transformação de 20% a 30% da
floresta.
Nobre apresentou nesta terça-feira (27) a
plenária Interações entre Clima
e Vegetação na Amazônia: do
Último Período Glacial até
o Clima do Futuro, no primeiro dia da 3ª Conferência
do LBA, que acontece até o dia 29 em Brasília,
com a presença de 800 pesquisadores e cientistas
brasileiros, americanos e europeus.
Ainda segundo o pesquisador titular do Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais ( INPE), unidade
de pesquisa vinculada ao Ministério da Ciência
e Tecnologia (MCT), a mudança gradativa do
clima no Brasil, provocada pelas queimadas e pelo
desflorestamento da Amazônia, já é
um fato. Resta definir em que escala essas mudanças
estão ocorrendo e o seu impacto no cotidiano
das pessoas e na sua qualidade de vida.
Atualmente, cerca de 15% da Amazônia brasileira
já foram desmatados, totalizando 615 mil
km² da área de 4 milhões de km²
da floresta em território nacional. As temperaturas
estão de 1ºC a 3ºC mais elevadas
do que há 40 anos, principalmente nas regiões
mais desmatadas.
Para estabilizar a proliferação das
queimadas, mantendo a concentração
de CO2 nos níveis de hoje, é necessário
investir, segundo Nobre, no desenvolvimento científico
dos países em desenvolvimento. Isso só
será possível por meio de programas
governamentais sérios que apóiem e
estruturem os estudos científicos sobre a
Amazônia. Para o pesquisador, são necessários
investimentos duas vezes maiores do que o Brasil
destina hoje para o setor.
Fonte: MCT – Ministério
da Ciência e Tecnologia (www.mct.gov.br)
Assessoria de imprensa