CONFERÊNCIA
DE EDUCAÇÃO NO CAMPO DEBATEU
PEDAGOGIA PARA QUILOMBOS
Panorama
Ambiental
Luziânia (GO) - Brasil
Agosto de 2004
03/08/2004 – Cerca
de mil representantes de movimentos sociais e sindicais,
de órgãos públicos, entidades
não-governamentais e universidades discutem
diretrizes para a pedagogia no meio rural durante
a 2ª Conferência Nacional por uma Educação
do Campo, em Luziânia (GO). Nesta terça-feira,
um grupo de trabalho da conferência propôs
a discutir políticas de desenvolvimento para
a educação de comunidades quilombolas
do campo.
A coordenadora geral de Diversidade e Inclusão
Educacional do Ministério da Educação,
Eliane Cavalleiro, participou do grupo de trabalho
e disse que o MEC pretende fortalecer as escolas
em áreas remanescentes de quilombos. Segundo
ela, este fortalecimento virá com a formação
de profissionais de educação, com
a construção de novas escolas e salas
de aula para atender a demanda local. “Isso significa
ampliar o ensino fundamental que em muitas áreas
já existem e construir o sistema de ensino
no nível médio porque os alunos estudam
até a oitava série por falta de outros
níveis nas escolas”, analisa Eliane.
“Na maioria dos municípios temos escolas
de nível fundamental que só vão
até a quarta série. O que acontece,
é que muitos alunos repetem a série
para não sair da escola”, explica. De acordo
com a coordenadora, o MEC está trabalhando
para a implementação da Lei 10.639
que tornou obrigatório o ensino de história
e cultura afro-brasileira e africana na educação
básica. “Esse trabalho consiste na construção
de um conhecimento de como um profissional da educação
pode inserir essa temática no currículo
escolar”, explicou.
A coordenadora disse ainda que o Ministério
da Educação valoriza as políticas
de cotas. “Nós entendemos que elas são
uma maneira que facilita o acesso do jovem negro
à universidade”, ressaltou. “Entendemos também
que temos que construir políticas de permanência
desse ingressante nas universidades. Bolsas de estudo
e bolsas de auxílio para a permanência
deles devem ser facilitadas pelas universidades”.
Segundo Eliane Cavalleiro, outro fator que precisa
fazer parte da realidade brasileira é a formação
de profissionais de educação que dêem
a mesma atenção e estímulo
para a cultura negra. “Ninguém deseja estar
em um ambiente que é hostil”, finalizou Eliane.
O grupo de trabalho de comunidades quilombolas vai
dialogar as ações do MEC com as experiências
vividas no campo.