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GREENPEACE
ALERTA PARA FALTA DE SEGURANÇA NUCLEAR
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) - Brasil
Agosto de 2004
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Organização
aponta descaso das autoridades para com
as vítimas do Césio 137, pior
acidente radiológico do planeta;
evento marca os 59 anos do bombardeio de
Hiroshima
05-08-2004 - O Greenpeace
projetou hoje à noite, na parede
externa do Ministério da Ciência
e Tecnologia, uma versão reduzida
do documentário “Césio 137
– O Brilho da Morte”, que relata a situação
atual das vítimas do acidente radioativo
de Goiânia, ocorrido em 1987. |
O
objetivo do protesto era alertar para a
insegurança nuclear no Brasil e exigir
justiça para as vítimas do
desastre. Estiveram presentes na projeção
o presidente do Conselho Regional de Psicologia
de Goiás-Tocantins, Dr. Júlio
Oliveira Nascimento e o presidente da Associação
das Vítimas do Césio 137,
Odesson Alves Ferreira. A atividade marcou
também os 59 anos da explosão
da bomba de Hiroshima, ocorrida no Japão
em 6 de agosto de 1945. “Antes dos ministérios
de Defesa e de Ciência e Tecnologia
pleitearem a expansão das atividades
nucleares no País, eles deveriam
garantir que as fontes radioativas já
existentes estivessem sob controle absoluto”,
disse Sérgio Dialetachi, da Campanha
de Energia do |
Greenpeace
Brasil. Os equipamentos e as instalações
nucleares em operação no Brasil
estão sem controle e não são
adequadamente fiscalizados. O desastre ocorrido
em Goiânia há mais de uma década
é a prova real dessa falta de fiscalização.
Na época, a Comissão Nacional
de Energia Nuclear (CNEN), órgão
do Ministério de Ciência e
Tecnologia responsável pela fiscalização
de materiais e instalações
nucleares, não conseguiu impedir
a contaminação ocorrida quando
o Césio 137 – um subproduto das usinas
nucleares presente nos aparelhos de radioterapia
– foi retirado de um equipamento que estava
em um depósito do Instituto Goiano
de Radioterapia. |
“Nós
exigimos que o governo federal reative a
Fundação Leide das Neves Ferreira
para que ela possa fornecer assistência
- médica, psicológica e social
- até a terceira geração
das vítimas. Também é
necessário que a Fundação
tenha participação nas três
esferas do poder público”, afirmou
Odesson Alvez Ferreira, presidente da Associação
das Vítimas do Césio 137.
Para Júlio Oliveira Nascimento, presidente
do Conselho Regional de Psicologia de Goiás-Tocantins
– que tem prestado assistência às
vítimas do Césio 137 -, é
preciso que o governo federal assuma sua
responsabilidade pelo episódio de
Goiânia. “O governo tem de se comprometer
a desenvolver políticas públicas
de saúde e resgate da cidadania das
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vítimas”. Atualmente,
de acordo com o deputado Edson Duarte (PV-BA), a
CNEN desconhece a localização de mais
de 30 mil fontes radioativas e tampouco sabe as
condições em que essas fontes se encontram
(1). “No mundo inteiro a preocupação
com contaminação refere-se a depósitos
de materiais radioativos, pára-raios ionizantes,
submarinos nucleares e a possibilidade de atentados
terroristas contra comboios e instalações
nucleares. No Brasil a situação é
muito pior, pois não temos sequer um cuidado
mínimo com aparelhos de radioterapia em nossos
hospitais, e de radiografia em nossas fábricas
e canteiros de obras”, completou Dialetachi. “É
necessário que o governo federal estabeleça
uma política de controle das instalações
nucleares no País para que um episódio
como o de Goiânia não se repita”, concordou
Nascimento.
Uma outra constatação preocupante,
que agrava ainda mais a falta de segurança
e de fiscalização das instalações
nucleares no País, é a denúncia
feita pela Associação dos Fiscais
de Radioproteção, e avalizada pelo
Tribunal de Contas da União, sobre redução
de pessoal e verbas destinados ao controle das atividades
nucleares no País (1). Em caso de acidente,
não há planos, pessoal capacitado
e equipamentos adequados para lidar com emergências
nas usinas Angra 1 e 2 (RJ), na mina de urânio
de Caetité (BA), nem no transporte e armazenagem
de material radioativo durante a utilização
de energia atômica na medicina, na engenharia
e na indústria.
(1) Jornal da Câmara,
06/07/2004, pág. 02
Uma versão
editada do filme “Césio 137 – O Brilho da
Morte” está disponível em www.greenpeace.org.br/
multimidia/videos/energia/cesio137_360x240.mov
Leia mais sobre
os riscos da energia nuclear no Brasil em www.greenpeace.org.br/energia/pdf/nuclear_inseguranca.pdf
Fonte: Greenpeace-Brasil (www.greenpeace.org.br)
Assessoria de imprensa
Fotos: Greenpeace
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