 |
ONGs DIVULGAM
NOTA DE ESCLARECIMENTO SOBRE NOTÍCIA
DE “PRIVATIZAÇÃO DA AMAZÔNIA”
Panorama
Ambiental
São Paulo (SP) - Brasil
Agosto de 2004
|
 |
04/08/2004
O Grupo de Trabalho sobre Florestas do Fórum
Brasileiro de ONGs divulgou hoje nota de esclarecimento
sobre a notícia "Projeto de Lei Prevê
Privatização da Amazônia"
publicada no último domingo no jornal O Globo.
A notícia afirma que proposta do Ministério
do Meio Ambiente "prevê a privatização
de áreas de floresta localizadas em terras
públicas, seja do governo federal, de estados
ou municípios".
O Fórum Brasileiro de ONGs considerou a matéria
"fruto de um grave equívoco, visível
na própria manchete". Confira a íntegra
da nota de esclarecimento:
Nota de esclarecimento
do Grupo de Trabalho sobre Florestas do Fórum
Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais (FBMOS)
ao jornal O Globo
4 de agosto de 2004
A matéria publicada na edição
de domingo passado, no jornal O Globo, intitulada
"Projeto de Lei Prevê Privatização
da Amazônia", é fruto de um grave
equívoco, visível na própria
manchete. Ao contrário do que afirma a matéria,
o anteprojeto de lei em questão é
uma tentativa de garantir o controle público
sobre terras públicas - arrecadadas ou devolutas
- da Amazônia. Em particular, no Brasil as
terras devolutas são costumeiramente privatizadas
por meio de requerimentos de posse, com um processo
normatizado desde 1850. O anteprojeto em questão
prevê, em vez disso, a concesssão de
uso, o que implica sua arrecadação
definitiva para o patrimônio da União.
Isso significa que não há permissiva
legal, no anteprojeto, para qualquer tipo de privatização
de florestas públicas.
O Brasil, ao contrário da maioria dos países
que possuem uma cobertura florestal expressiva,
não possui um marco regulatório claro
da situação fundiária. Isso
incentiva a violência no campo, a grilagem
de terras e a exploração ilegal de
recursos naturais públicos e privados, gerando
impactos sociais e ambientais negativos para toda
a sociedade brasileira. O anteprojeto de lei estabelece
um marco legal que, se bem sucedido, dificultará
a grilagem assim como a exploração
e o desmatamento ilegal.
O processo para a formulação do anteprojeto
de lei foi bastante amplo, envolvendo diversas consultas
públicas inclusive da Conaflor - Comissão
Coordenadora do Programa Nacional de Florestas.
A Conaflor inclui representantes da sociedade civil,
tais como entidades ambientalistas, setor privado,
sindicatos, instituições de pesquisa
assim como governos estaduais e federal. Quanto
à posição dos ambientalistas,
as 24 principais instituições e redes
atuantes na questão florestal estão
reunidas no Grupo de Trabalho sobre Florestas do
Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais,
que assina esta nota e não foi ouvido pela
reportagem. Independentemente de posições
específicas de uma ou outra instituição
sobre o anteprojeto, inexistem as supostas objeções
do movimento ambientalista relatadas na matéria.
Fonte: Amazônia ORG (www.amazonia.org.br)
Assessoria de imprensa