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FALTA DE
ALTERNATIVAS CONTRIBUI PARA DEGRADAÇÃO
SEMI-ÁRIDO
Panorama
Ambiental
Fortaleza (CE) – Brasil
Agosto de 2004
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Vegetação
da Caatinga ainda é muito usada como lenha
e carvão
04/08/2004 - Jucá,
mororó, pereiro, angico, catingueira, catanduva
e jurema-preta, árvores comuns do Semi-Árido
brasileiro e ainda muito usadas pelas populações
para a produção de lenha e de carvão.
A falta de alternativas energéticas, aliada
ao mau uso dos recursos naturais e à agropecuária
extensiva são os principais fatores que têm
contribuído para a desertificação
no país. De acordo com o coordenador da Unidade
de Apoio Nordeste do Programa Nacional de Florestas,
Newton Barcellos, quase que a totalidade da madeira
hoje retirada do Semi-Árido é obtida
de forma predatória. "Os planos de manejo
existentes não atendem à demanda residencial
e industrial", disse.
De acordo com Barcellos, essa situação
pode começar a ser revertida com ações
previstas no Programa Nacional de Florestas do Governo
Federal. Entre elas, se destacam a ampliação
da área de florestas manejadas na caatinga,
o plantio de árvores nativas e também
exóticas e o melhor aproveitamento da lenha
e do carvão. Segundo ele, a área manejada
no Semi-Árido deveria crescer em aproximadamente
120 mil hectares para atender à demanda,
com um incremento anual médio de 30 mil hectares.
"Essas medidas auxiliariam em muito a reduzir
a pressão sobre os recursos naturais da caatinga",
disse o coordenador na Oficina Programa Nacional
de Florestas, durante a 1ª Conferência
Sul-Americana sobre o Combate à Desertificação,
em Fortaleza (CE).
Para o engenheiro florestal, o melhor aproveitamento
da lenha, usada em grande escala no Semi-Árido,
é fundamental para reduzir o corte de árvores,
o que contribui para a desertificação.
De acordo com Barcellos, no grande produtor de cerâmicas
do Rio Grande do Norte, o município de Seridó,
seria possível reduzir o uso de lenha em
até 30% com técnicas mais eficientes
de queima.
O coordenador do PNF, no entanto, alerta para o
fato de que o plantio de florestas não pode
se dar em grandes extensões devido à
baixa quantidade de chuvas no Semi-Árido.
Frente a esse problema, ele aposta no chamado "florestamento
peridoméstico", aproveitando espaços
nos entornos de habitações, de currais
e até de pequenos empreendimentos. Agindo
dessa forma, disse, poderia ser garantido o abastecimento
de lenha para uso familiar e até para pequenos
empreendimentos.
O uso mais racional dos recursos naturais do Semi-Árido
também pode ser incentivado com novas linhas
de financiamento e assistência técnica
adequada à realidade da Caatinga. Para tanto,
existem programas como o Pronaf Florestal, desenvolvido
pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário
em parceria com o Ministério do Meio Ambiente,
para estimular os agricultores familiares a plantar
e fazer um manejo adequado das florestas. E através
do Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA), serão
apoiadas instituições para trabalhar
com assistência técnica, durante quatro
anos, em toda a região do Semi-Árido.
Fonte: MMA – Ministério
Meio Ambiente (www.mma.gov.br)
Ascom