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ÍNDIOS
DO VALE JAVARI (AM) PEDEM SOCORRO
Panorama
Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Agosto de 2004
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13/08/2004
O Centro de Trabalho Indigenista (CTI) iniciou hoje
(13/8) um movimento para alertar a comitiva da ONU
que estará no Brasil no próximo dia
17 e chamar a atenção da sociedade
para a grave situação de saúde
dos índios Marubo, Mayoruna, Kanamari, Kulina
e Matis, infectados por hepatites B e D, e sem assistência
médica.
O modelo de carta elaborado pelo CTI segue abaixo
e deve ser enviada por organizações
nacionais e internacionais ao relator nacional para
o Direito Humano ao Meio Ambiente, Jean Pierre Leroy
(jpierre@fase.org.br), para que ele encaminhe à
comitiva da ONU, em defesa da integridade dos povos
que habitam no Javari, no Amazonas.
(CIDADE/PAÍS),
11 de agosto de 2004
Ao Senhor Jean-Pierre
Leroy
Assunto:
A Grave Situação das Hepatites B e
D no Vale do Javari
Em função
da presença da comitiva da ONU no Brasil,
dia 17 de agosto, nós, da (NOME DA ORGANIZAÇÃO),
gostaríamos de chamar especial atenção
para a grave situação da saúde
na Terra Indígena Vale do Javari (Amazônia
– Brasil). Somente nos últimos três
anos foram confirmados 22 óbitos por hepatites
B e D e/ou Síndrome Febril Ictero Hemorrágica
Aguda, sendo 17 desses casos apenas em 2003 e dois
em 2004. A Síndrome têm vitimando adultos
e crianças dos povos Marubo, Mayoruna, Kanamari,
Kulina e Matis.
Dia 08 de junho de 2004, o Centro de Trabalho Indigenista
(CTI) encaminhou e protocolou o Dossiê elaborado
pela instituição - A Grave Situação
das Hepatites B e D no Javari - ao Ouvidor do Ministério
da Saúde, ao Presidente da FUNAI e ao Secretário
Especial dos Direitos Humanos do Ministério
da Justiça e a Sexta Câmara do Ministério
Público Federal e Organização
Mundial de Saúde (OMS). Infelizmente esses
órgãos ainda não se pronunciaram.
Em julho passado, cerca de 150 indígenas
ocuparam a sede da Fundação Nacional
de Saúde (Funasa), em Atalaia do Norte (AM),
em protesto à morosidade e ao descaso com
que vem sendo tratada a questão. Na mesma
época, o CTI anunciava à imprensa
brasileira o estado de calamidade vivenciado por
esses povos. Jornais impressos, rádios e
sites da web noticiaram o fato. Mas, até
hoje, nenhuma providência efetiva foi tomada.
Neste momento, sequer sabem-se quantos índios
estão infectados pela Síndrome. A
Funasa continua abandonada e as únicas justificativas
deste órgão são de que não
há recursos, falta combustível até
para seus técnicos se deslocarem para a aplicação
das vacinas.
Entendemos, portanto, que é de extrema relevância
que a Comitiva da ONU tome conhecimento dessa realidade.
Atenciosamente,
Fonte: ISA – Instituto Socioambiental
(www.socioambiental.org.br)
Assessoria de imprensa