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ONGs CRITICAM
EQUÍVOCO DA IMPRENSA EM RELAÇÃO
AO ANTEPROJETO DE LEI DE GESTÃO DE
FLORESTAS PÚBLICAS
Panorama
Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Agosto de 2004
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04/08/2004 O Grupo
de Trabalho sobre Florestas do Fórum Brasileiro
de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente
e o Desenvolvimento, do qual o Instituto Socioambiental
(ISA) faz parte, considera "um grave equívoco,
visível na própria manchete",
a notícia "Projeto de Lei Prevê
'Privatização' da Amazônia",
publicada no domingo (31/7) no jornal O Globo. Leia
abaixo a nota divulgada hoje (4/8).
Nota de esclarecimento do Grupo de Trabalho sobre
Florestas do Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos
Sociais (FBMOS) ao jornal O Globo.
A matéria publicada na edição
de domingo passado, no jornal O Globo, intitulada
"Projeto de Lei Prevê Privatização
da Amazônia", é fruto de um grave
equívoco, visível na própria
manchete. Ao contrário do que afirma a matéria,
o anteprojeto de lei em questão é
uma tentativa de garantir o controle público
sobre terras públicas - arrecadadas ou devolutas
- da Amazônia. Em particular, no Brasil as
terras devolutas são costumeiramente privatizadas
por meio de requerimentos de posse, com um processo
normatizado desde 1850. O anteprojeto em questão
prevê, em vez disso, a concesssão de
uso, o que implica sua arrecadação
definitiva para o patrimônio da União.
Isso significa que não há permissiva
legal, no anteprojeto, para qualquer tipo de privatização
de florestas públicas.
O Brasil, ao contrário da maioria dos países
que possuem uma cobertura florestal expressiva,
não possui um marco regulatório claro
da situação fundiária. Isso
incentiva a violência no campo, a grilagem
de terras e a exploração ilegal de
recursos naturais públicos e privados, gerando
impactos sociais e ambientais negativos para toda
a sociedade brasileira. O anteprojeto de lei estabelece
um marco legal que, se bem sucedido, dificultará
a grilagem assim como a exploração
e o desmatamento ilegal.
O processo para a formulação do anteprojeto
de lei foi bastante amplo, envolvendo diversas consultas
públicas inclusive da Conaflor - Comissão
Coordenadora do Programa Nacional de Florestas.
A Conaflor inclui representantes da sociedade civil,
tais como entidades ambientalistas, setor privado,
sindicatos, instituições de pesquisa
assim como governos estaduais e federal.
Quanto à posição dos ambientalistas,
as 24 principais instituições e redes
atuantes na questão florestal estão
reunidas no Grupo de Trabalho sobre Florestas do
Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais,
que assina esta nota e não foi ouvido pela
reportagem. Independentemente de posições
específicas de uma ou outra instituição
sobre o anteprojeto, inexistem as supostas objeções
do movimento ambientalista relatadas na matéria.
Fonte: ISA – Instituto Socioambiental
(www.socioambiental.org.br)
Assessoria de imprensa