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PROGRAMA
CONTRA DESERTIFICAÇÃO ALIA
COMBATE À POBREZA E PROTEÇÃO
AMBIENTAL
Panorama
Ambiental
Fortaleza (CE) – Brasil
Agosto de 2004
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03/08/2004
- A imensa riqueza natural brasileira traz grandes
responsabilidades para os governos no desenvolvimento
de políticas públicas, principalmente
para que conciliem aspectos como desenvolvimento
econômico, combate à fome e à
pobreza e proteção ao meio ambiente.
Essa é a diretriz principal do Programa de
Ação Nacional de Combate à
Desertificação e Mitigação
dos Efeitos da Seca (PAN), que está sendo
lançado oficialmente na 1ª Conferência
Sul-Americana sobre o Combate à Desertificação
(CCD+10). O evento foi aberto na tarde desta terça-feira,
em Fortaleza (CE), e é uma realização
do Ministério do Meio Ambiente, da Convenção
das Nações Unidas para o Combate à
Desertificação (UNCCD) e da Fundação
Grupo Esquel Brasil. Durante o evento, também
serão comemorados os dez anos da Convenção.
De acordo com a ministra do Meio Ambiente, Marina
Silva (foto), durante a abertura da CDD+10, o PAN
é uma ferramenta para o combate à
degradação ambiental e social no Semi-Árido
brasileiro. Segundo ela, o Programa foi desenvolvido
com ampla participação social e traz
uma série de ações para o combate
e a prevenção da desertificação
nas regiões com clima semi-árido e
subúmido seco, especialmente no Nordeste
brasileiro. "O PAN é um exemplo de política
de país, resultado de um esforço conjunto
de vários setores da sociedade para atender
demandas históricas do Semi-Árido",
disse.
Construído de acordo com as diretrizes da
Convenção das Nações
Unidas, o PAN identifica, nas suas 225 páginas,
o que está causando a desertificação
e traz medidas para evitar seu avanço, fortalece
o papel dos governos, das comunidades locais e dos
donos de terras na luta contra a seca. Serão
destinados R$ 23,5 bilhões pelo Governo Federal
para a execução do PAN, até
2007. Cerca de 90% desses recursos servirão
para o combate à pobreza e à desigualdade
social, incluindo o fortalecimento da agricultura
familiar. Além disso, conforme a Agenda 21
e o Plano Plurianual de Investimentos da União
(PPA 2004-2007), o Programa também atuará
ampliando a produção local e regional
de forma sustentável e auxiliando na preservação,
na conservação e no uso racional dos
recursos naturais. "Queremos dar ao povo alternativas
que não agravem o processo de desertificação",
disse Marina Silva.
O secretário-executivo da UNCCD, Hama Arba
Diallo, elogiou o trabalho e as atitudes do governo
brasileiro frente à comunidade internacional
quanto ao combate à fome. De acordo com Diallo,
as ações desenvolvidas pelo Brasil
vão ao encontro de compromissos assumidos
na Conferência das Nações Unidas
para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio92),
como a Convenção sobre Diversidade
Biológica e Agenda 21. "O Programa Brasileiro
de Combate à Desertificação
também auxiliará na luta contra a
fome, a pobreza e a degradação ambiental",
disse.
O ministro da Integração Nacional,
Ciro Gomes, lembrou que o Semi-Árido brasileiro
é o mais povoado do globo, onde milhares
de pessoas sobrevivem com "déficit hídrico",
com uma quantidade diária de água
inferior ao recomendado pelas Nações
Unidas, cerca de no mínimo 1000 litros por
ano para cada habitante. Segundo Ciro, um "descuidado"
processo de ocupação econômica
contribuiu ao longo dos anos para a degradação
ambiental e social da região.
Também participaram da abertura da Conferência,
que reúne cerca de 500 participantes, no
Centro Administrativo do Banco do Nordeste do Brasil,
o secretário de Recursos Hídricos
do MMA, João Bosco Senra, o presidente do
Banco, Roberto Smith, o vice-ministro de Meio Ambiente
de Honduras, Carlos Pineda, além de representantes
dos ministérios da Ciência e Tecnologia,
do Desenvolvimento Social e do Combate à
Fome, da Agricultura, do governador do Estado do
Ceará, do Banco do Nordeste do Brasil, do
Departamento Nacional de Obras Contra as Secas,
do Grupo Banco Mundial e da Articulação
do Semi-Árido Brasileiro.
Amanhã, a ministra Marina Silva participa,
a partir das 9h, da mesa sobre Políticas
Públicas no Contexto da Convenção
das Nações Unidas para o Combate à
Desertificação. Mais informações
sobre a programação do evento em http://www.mma.gov.br
A 1ª Conferência Sul-Americana sobre
o Combate à Desertificação
(CCD+10) segue até sexta-feira (6), e conta
com a participação de representantes
de vários ministérios brasileiros,
de agências multilaterais de fomento e de
pesquisa, de organizações da sociedade
civil e pesquisadores. O evento também conta
com o apoio da Cooperação Técnica
Alemã, do Instituto Interamericano de Cooperação
para a Agricultura, do Programa das Nações
Unidas para o Desenvolvimento, do Mecanismo Global
da UNCCD e do Projeto Dom Helder Câmara.
Desertificação
A desertificação
é um processo de degradação
ambiental que ocorre nas regiões com clima
árido, semi-árido e subúmido
seco em praticamente todo o globo, abrigando principalmente
populações pobres. É causada
por alterações climáticas e
ações humanas, trazendo prejuízos
para as populações, para a biodiversidade
e para a economia de muitos países. No Brasil,
as regiões afetadas pela seca e pela desertificação
abrangem parte dos estados do Nordeste, de Minas
Gerais e do Espírito Santo. No Semi-Árido
brasileiro, em uma área de quase 900 mil
quilômetros quadrados, semelhante a do estado
do Mato Grosso, vivem cerca de dezoito milhões
de pessoas.
Fonte: MMA – Ministério
Meio Ambiente (www.mma.gov.br)
Ascom