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EVENTO MOSTRA
TECNOLOGIAS E CONCEITOS ARQUITETÔNICOS
ECO SUSTENTÁVEIS
Panorama
Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Agosto de 2004
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19/08/2004
O uso de materiais como forros longa vida
e bambus, além de questões
relativas a agrovilas e comunidades auto-sustentáveis,
foi o tema do Curso Eco-Arquitetura realizado
nesta quinta-feira (19/8) pela Secretaria
do Meio Ambiente do Estado – SMA. O evento
tratou ainda de questões como construção
de aquecedores solares de baixo custo e
sistemas de saneamento e captação
de águas pluviais em habitações
sustentáveis. |
Ricardo Guerra
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O
curso foi organizado pela Coordenadoria
de Planejamento Estratégico e Educação
Ambiental - CPLEA, órgão da
SMA. No período da manhã,
o presidente do Instituto de Permacultura
e Ecovilas da Mata Atlântica – IPEMA
-, Marcelo Bueno, que falou sobre aquecimento
solar de água de baixo custo e fácil
instalação. O sistema de aquecimento
utiliza um tambor metálico de 200
litros pintado com tinta preta fosca, manta
metálica para servir de refletor
e tubo de polietileno para a condução
da água. A secretária executiva
do IPEMA, Cristina Reis, engenheira florestal,
definiu a permacultura como a ciência
que trata plantas, animais, construções
e infra-estrutura (água, energia,
comunicações), não
apenas como elementos isolados, mas como
parte de um grande sistema intrinsecamente
relacionado. |
Johan Van Lengen, bio-arquiteto
e presidente da Tecnologia Intutiva e Bio-Arquitetura
– TIBÁ, participou do curso trazendo entre
outros assuntos, o seu livro “Manual do Arquiteto
Descalço”. Ainda na parte da manhã,
Roberta Consentino Kronka Mulfarth, do Núcleo
de Tecnologia Arquitetura e Urbanismo – NUTAU, das
USP, mostrou as formas de uso de materiais sustentáveis,
ressaltando que o crescimento das cidades em países
desenvolvidos tem se dado de maneira acelerada,
aumentando o nível de pobreza e o número
de favelas. No Brasil, em 1975, a população
da cidade era de 51%, e a projeção
para 2025 é de 89%.
O período da tarde contou com a palestra
de Luis Otto Faber Schmutzler, engenheiro civil
e industrial e pesquisador da UNICAMP. O palestrante
apresentou o Projeto “Forro Vida Longa”, que seria
o aproveitamento das propriedades do alumínio
contido nas embalagens de produtos denominados “longa
vida”, como caixinhas de leite e suco, que proporciona
conforto térmico e saúde para a população
de baixa renda.
Segundo o engenheiro, a utilização
dessas embalagens reduz a quantidade de material
não-reciclável e não-biodegradável
em lixões e aterros sanitário. As
caixinhas de leite e suco possuem uma camada de
alumínio de 35 micra de espessura, constituindo
uma barreira eficiente contra vírus, luz
e ar. O alumínio polido tem grande capacidade
de refletir os raios infra-vermelhos podendo ser
utilizado subcobertura, proporcionando conforto
térmico às habitações.
As caixas podem ser utilizadas, também, na
fabricação de persianas ou cortinas.
O palestrante explicou que esse material pode ser
utilizado em construções precárias,
cobertas com telhas de fibrocimento ou de cerâmica.
Finalizando a sua apresentação, o
engenheiro mostrou como se confecciona as mantas
de cobertura feitas com embalagens de produtos denominados
“longa vida”.
Primeiramente, as caixas são abertas e lavadas,
procedendo à desinfecção com
detergente e água sanitária. Para
confeccionar as mantas é necessário
juntar as caixas com colas, adesivos a quente ou
soldadas com o ferro de passar roupa elétrico
ou à carvão. Deve se ter o cuidado
de não encostar a manta na telha quente mantendo
uma distância de no mínimo 2 cm, mantendo
a face com o alumínio voltada para baixo.
Marcelo Precopi, engenheiro florestal do Centro
Ecológico Flora Guimarães Guidotti,
apresentou um aquecedor solar de água de
baixo custo e fácil instalação.
O palestrante salientou que o equipamento funciona
de maneira integrada entre o coletor e o reservatório.
Para a sua construção é necessário
um tambor galvanizado pintado com tinta preta fosca,
um cavalete, uma manta de alumínio, plástico
de estufa, mangueira de polietileno e conexões
hidrálicas.
O engenheiro informou que mais informações
podem ser obtidas no site www.ciagri.usp.br/~solaris.
Para Precopi, é grande o número de
pessoas que desconhecem as aplicações
e as vantagens da utilização da energia
solar. Isso se deve à dificuldade de acesso
a essas tecnologias.
Fonte: SMA – Secretaria Estadual
do Meio Ambiente de São Paulo (www.ambiente.sp.gov.br)
Assessoria de imprensa (Priscilla Martini)
Fotos: Ricardo Guerra
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