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NILMÁRIO
DIZ QUE ACORDO ENTRE TUXÁS E CHESF
RESGATA VALOR DO POVO INDÍGENA
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) - Brasil
Agosto de 2004
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O ministro Nilmário
Miranda, da Secretaria Especial dos Direitos Humanos,
disse hoje que o acordo entre os índios Tuxá,
da Bahia, e a Companhia Hidrelétrica do São
Francisco resgata o valor do povo indígena.
“Resgatamos também a cidadania e um novo
paradigma para essas pessoas”, afirmou . “O dinheiro
apenas não basta, é preciso beneficiar
esses indígenas que cederam suas terras para
o benefício da produção energética
brasileira”, acrescentou.
O acordo, firmado hoje na sede da Chesf, em Paulo
Afonso (BA), prevê a devolução
das terras à tribo. Os índios que
viviam em aldeia próxima à cidade
de Rodelas (BA), às margens do rio São
Francisco, foram deslocados para um local distante
800 quilômetros em virtude da construção
da hidrelétrica de Itaparica.
Segundo o representante da tribo, Sandro Tuxá,
seu povo sempre foi autônomo. “O mais importante
neste acordo foi a garantia de terra para o nosso
cultivo. Vamos poder continuar trabalhando e valorizando
a cultura da tribo”, disse Sandro. “Com essa dispersão
da comunidade, os saberes de nossos antepassados
estavam morrendo”, lembrou.
Tuxá explicou que o valor da indenização
também é importante. Segundo ele,
boa parte da tribo está cheia de dívidas
e precisa desse dinheiro para organizar sua vida
e para que a comunidade participe economicamente
do Brasil.
O acordo beneficia 442 famílias e prevê
15 hectares de terra para cada uma, irrigação
por três anos, verba provisória de
manutenção e assistência técnica
para o cultivo agrícola na tribo. O termo
representa investimentos de R$ 86 milhões.
O ministro Nilmário Miranda, da Secretaria
Especial dos Direitos Humanos, participou da negociação
para a assinatura do documento, juntamente com o
Ministério Público da União
e a Fundação Nacional do Índio
(Funai).
Fonte: Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Assessoria de imprensa (Bianca Estrella)