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FALTA DE
ATENDIMENTO MÉDICO PODE TER CAUSADO
11 MORTES ENTRE OS DENI
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Agosto de 2004
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O atraso de mais
de três meses no repasse de verba da Fundação
Nacional da Saúde (Funasa) ao atendimento
médico feito pelo Distrito Sanitário
Especial Indígena do Médio Solimões
(DSEI-MS) pode ter resultado na morte de 11 indígenas
Deni do rio Xeruã, município de Itamarati,
estado do Amazonas.
É o que denunciam, em documento encaminhado
ao Ministério Público Federal do estado
do Amazonas, a União das Nações
Indígenas de Tefé (UNI-Tefé),
o Regional Norte II do Conselho Indigenista Missionário
(Cimi), o Posto Indígena da Funai de Tefé
e o DSEI-MS. Um dos problemas apontados pelas entidades
está na inexperiência dos funcionários
da Funasa que, segundo o documento, seriam em grande
parte de estagiários, sem conhecimento da
realidade nas aldeias.
As 11 pessoas mortas apresentavam, desde janeiro
de 2004, sintomas comuns como diarréia, vômito
e febre. A equipe do DSEI-MS cita como outro grande
problema enfrentado a falta de remédios,
combustível para transporte e alimentação.
Além destas dificuldades, as entidades chamam
atenção para a difícil situação
que enfrentam os Deni: “muitas outras pessoas irão
continuar morrendo, se providências sérias
não forem tomadas”.
Em anos passados o povo Deni já passou por
outras situações semelhantes a que
vivem agora, quando aconteceram duas epidemias:
tuberculose e de sarampo. Durante estas epidemias
foram contabilizadas respectivamente 45 e 65 mortes.
Por fim, o documento solicita ao Ministério
Público que atue junto aos órgãos
competentes para “que sejam tomadas providências
no sentido de levar a Funasa a cumprir suas responsabilidades
com competência, quebrando as barreiras burocráticas,
a fim de que a vida de homens, mulheres e crianças
indígenas da região tenham mais valor”.
Fonte: Conselho Indigenista Missionário
(www.cimi.org.br)
Assessoria de Imprensa