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PROJETO
DESCENTRALIZA GERENCIAMENTO DE REGIÃO
COSTEIRA
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Agosto de 2004
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24/08/2004 - Administrar
as terras de domínio da União na orla
marítima não é mais uma prerrogativa
exclusiva do governo federal. A partir de agora,
13 municípios de sete estados litorâneos
poderão planejar o uso e a ocupação
da sua região costeira de forma compartilhada
e descentralizada.
Os municípios assumirão algumas tarefas
da Secretaria do Patrimônio da União
no gerenciamento dos terrenos de Marinha (faixa
de 33 metros contados da linha de preamar) e poderão
aumentar sua arrecadação sobre essas
áreas em até 50%.
A assinatura dos 13 convênios de cooperação
técnica, realizada no auditório do
Ministério do Planejamento, marcou a conclusão
da primeira etapa do Projeto Orla que busca a gestão
compartilhada da região costeira, a descentralização
de decisões e a cessão de terras da
União para os municípios. Em troca
dessa “liberdade de atuação”, a gestão
municipal da orla deve ser feita dentro de critérios
ambientais e sociais compatíveis com o conceito
de patrimônio coletivo.
“A partir de hoje a orla pública deixa de
ser vista como uma terra de ninguém que pode
ser ocupada e privatizada por quem quiser”, enfatizou
a secretária de Patrimônio da União
do Ministério do Planejamento, Alexandra
Reschke.
Para ela, o projeto é uma revolução
na gestão da orla marítima como um
bem universal e de uso comum. “Para muitos, a obstrução
e a privatização das praias é
um procedimento aparentemente normal, mas é
absolutamente ilegal”, ressaltou.
Com a descentralização da gestão
na orla marítima, os municípios poderão
promover ações de reurbanização,
saneamento básico e ordenamento de áreas
da União, combater a ocupação
irregular de terrenos e a transformação
de praias públicas em área privativas,
evitar a expansão desordenada do turismo
e coibir a instalação de projetos
em áreas impróprias. A ocupação
irregular da costa brasileira aumenta os riscos
de degradação ambiental, diminui a
largura das praias e restringe o acesso à
área pública.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, destacou
que o Programa Orla não é uma política
de governo, e sim uma política de país
que preservará a orla marítima para
as futuras gerações. “É um
projeto com responsabilidade econômica, social
e ambiental que busca a preservação
desse imenso patrimônio natural”.
Segundo o secretário-executivo do Ministério
do Planejamento, Nelson Machado, ao garantir maior
autonomia de gestão dos municípios
sobre a orla marítima, o governo federal
está implantando uma nova visão de
planejamento. “Uma visão integrada, compartilhada
e ordenada”.
Para o secretário de Qualidade Ambiental
nos Assentamentos Humanos do Ministério do
Meio Ambiente, Rui Leite de Barros, o fortalecimento
da administração municipal na área
costeira fortalece a gestão ambiental e facilita
o ordenamento da ocupação de áreas
públicas.
Nos próximos meses, outros 44 municípios
estarão firmando convênios semelhantes
com os Ministério do Meio Ambiente e do Planejamento.
Com 8.698 quilômetros de extensão,
a orla brasileira abrange 17 estados, 285 municípios
e 32 milhões de habitantes em uma área
de aproximadamente 388 mil quilômetros quadrados.
O Projeto Orla prioriza as áreas metropolitanas,
regiões de lagunas e áreas de risco
ou fragilidade ambiental. A expectativa é
que até 2008 mais de 80 municípios
estejam habilitados a participar do projeto.
Os convênios assinados hoje incluíram
os municípios de Torres e Capão da
Canoa (RS), Bombinhas e Florianópolis (SC),
Caraguatatuba e São Sebastião (SP),
Macaé, Rio das Ostras, Quissamã e
Armação de Búzios (RJ), Tibau
do Sul (RN), Cabo de Santo Agostinho (PE) e Parnaíba
(PI).
Fonte: Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Assessoria de Imprensa (Mauricio Cardoso)