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SANTARÉM
GANHA NOVA INSTITUIÇÃO DE
PESQUISA EM MEIO AMBIENTE
Panorama
Ambiental
Belo Horizonte (MG) – Brasil
Agosto de 2004
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SAPOPEMA
é formada por professores e pesquisadores
da UFPA
Santarém - Professores e pesquisadores da
Universidade Federal do Pará (UFPA) lançaram
hoje, às 10h30, no Campus II (rua Vera Paz,
s/n, Santarém), uma nova entidade ambientalista,
a Sociedade para a Pesquisa e Proteção
do Meio Ambiente (SAPOPEMA). A organização
tem por missão promover, incentivar e apoiar
a conservação da biodiversidade amazônica.
"Esta é a primeira organização
não-governamental (ONG) focalizada em pesquisa
e conservação da biodiversidade na
Amazônia Central", diz Wilsea Figueiredo,
presidente da SAPOPEMA. O primeiro projeto da ONG
acontece no Parque Nacional da Amazônia e
nas Florestas Nacionais (Flonas) de Itaituba I e
II com atividades que incluem o mapeamento da região;
inventários e monitoramentos de biodiversidade;
e diagnósticos participativos das comunidades
no entorno das áreas protegidas. Juntas as
três unidades conservam 1,5 milhão
de hectares de floresta amazônica, compondo
o Corredor de Biodiversidade Sul-Amazônico.
As informações obtidas nos estudos
da SAPOPEMA serão subsídios fundamentais
para a elaboração e revisão
dos planos de manejo das áreas, que estão
sendo conduzidas pelo Ibama Itaituba.
O município de Itaituba tem 62.380 km2, o
que equivale a quase uma vez e meia o território
do Estado do Rio de Janeiro. Somente 18% de sua
área estão em unidades de conservação.
Mas, as áreas têm enfrentado grande
pressão de movimentos madeireiros, mineradores
e agropecuários. Com 94.1000 habitantes (Censo
2000), Itaituba apresenta uma alta concentração
de renda e uma grande proporção de
pobres. Mais de 50% da população têm
renda familiar mensal abaixo de meio salário
mínimo.
"No longo prazo, o modelo de desenvolvimento
tradicional, baseado na exploração
não sustentável dos recursos naturais,
traz poucos benefícios para a população
local em termos de distribuição de
renda e qualidade de vida", explica Figueiredo.
"Sabemos que vamos atuar em uma zona de conflito
de interesses, por isso, vamos construir todo o
trabalho de forma participativa, ouvindo as comunidades
locais."
Para iniciar seus projetos, a SAPOPEMA conta com
parcerias com a UFPA, o Ibama e a Conservação
Internacional, que está investindo mais de
R$250 mil em recursos nos próximos dois anos.
"É preciso que a Amazônia se fortaleça
com capacidade institucional local para pesquisa
e conservação. Esperamos que a SAPOPEMA
seja uma multiplicadora de conhecimento da biodiversidade
da região e estimule outros grupos de pesquisadores
a aplicarem seu conhecimento no campo", defende
José Maria Cardoso da Silva, vice-presidente
de Ciência da Conservação Internacional.
Os trabalhos de inventários em biodiversidade
nas unidades de conservação de Itaituba
começam em setembro deste ano. As equipes
vão contratar assistentes de campo e infraestrutura
na comunidade além de capacitar estudantes
universitários de Itaituba em questões
ambientais. O material coletado vai integrar a coleção
do Museu Paraense Emílio Goeldi e ficará
disponível para viabilizar novas pesquisas
na região.
Fonte: Amazonia.org.br (www.amazonia.org.br)
Assessoria de Imprensa