Segundo Gustavo Vieira, coordenador político do programa do Greenpeace, e André Miragaia, coordenador de projetos da Vale Verde, o prefeito ficou "entusiasmado com a idéia" de São José dos Campos ser uma Cidade amiga da Amazônia. Pouco depois do encontro com o prefeito, ambos se reuniram com o departamento de licitações do município, para a análise da viabilidade do projeto de lei para a compra de madeira sustentável, desenvolvido pelo Greenpeace.
"A parte mais importante do encontro em São José dos Campos é a participação de uma ONG local com bastante representatividade e um bom trabalho político. Isso dará mais legitimidade ao programa, e ampliará o leque de atuação do Cidade Amiga da Amazônia", disse Gustavo Vieira.
"São José dos Campos será mais um aviso para a indústria madeireira ilegal de que o mercado está se fechando para quem trabalha com um produto criminoso", disse. "Se outras cidades quiserem implantar o programa, basta entrar em contato com o Greenpeace, pelo endereço eletrônico cidadesamigas@greenpeace.org.br". A organização já está negociando a implantação do programa Cidade Amiga da Amazônia em Sorocaba, Campinas e Piracicaba, no interior de São Paulo. Nesta última, o Greenpeace assinará um protocolo com a prefeitura no dia 23 de março.
Para o coordenador de projetos da Vale Verde, André Miragaia, o fato de o prefeito já ter sido funcionário do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) foi muito importante para sua boa receptividade com relação ao programa. "Pela sua própria atuação profissional, ele já conhecia o problema da Amazônia", disse. "Mas o que realmente me deixou satisfeito foi o entusiasmo que ele demonstrou em querer implementar o poder de compra da prefeitura como ferramenta para a preservação da floresta".
A cidade de São José dos Campos está situada na quarta maior região consumidora de madeira do Estado de São Paulo. O objetivo do projeto Cidade Amiga da Amazônia é mostrar às prefeituras sua responsabilidade sobre a proteção da maior floresta tropical do planeta, propondo uma mudança na legislação das licitações públicas para a compra de madeira certificada com comprovação de origem, e proveniente de uma área com plano de manejo sustentável. Segundo estimativas do governo federal, 80% da atividade madeireira na Amazônia é ilegal. Dessa forma, os municípios têm participado da exploração descontrolada e predatória de madeira.