LULA LANÇA
PLANO DE AÇÃO PARA CONTER
DESMATAMENTO NA AMAZÔNIA
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Março de 2004
O presidente Luiz
Inácio Lula da Silva participa nesta segunda-feira
do lançamento de um plano de ação
para conter o desmatamento na Amazônia às
vésperas de um anúncio do Instituto
de Pesquisas Espaciais (INPE) dos índices
de destruição da floresta no período
2002/2003. Dados preliminares anunciados pelo instituto,
na última semana, mostram que a taxa de desmatamento
ultrapassará novamente 25 mil Km², como
aconteceu no período 2001/2002 (25.476 Km²).
No ano passado, quando foi anunciado o índice
de desmatamento relativo ao período de 2000/2001,
o governo decidiu instalar um Grupo de Trabalho
Interministerial para discutir propostas que de
fato contribuíssem para coibir o processo
de desmatamento da Amazônia Legal. Para elaborar
e indicar as propostas, o grupo se baseou num diagnóstico
elaborado pelo Ministério do Meio Ambiente
com indicações sobre as atividades
econômicas que vêm sendo desempenhadas
na Amazônia e favorecem o desmatamento na
região. O diagnóstico traz também
o panorama da situação fundiária,
do fomento às atividades produtivas e sobre
a infra-estrutura.
De acordo com o relatório, 70% do desmatamento
na Amazônia Legal no período de 2000/2001
ocorreram nos estados de Mato Grosso, Pará
e Rondônia. A pecuária é apontada
como a atividade responsável por cerca de
80% de toda a área desmatada na Amazônia
Legal, sendo os principais agentes do desmatamento
para a implantação de pastagens grandes
e médios pecuaristas.
O avanço da soja não é o único
responsável pela situação atual
das florestas derrubadas. As frentes de desmatamento
também podem ser explicadas pela extração
ilegal da madeira, a grilagem de terras públicas,
a abertura de estradas e a criação
de assentamentos. A estratégia para conter
o desmatamento na Amazônia prevê a adoção
de medidas como a criação de incentivos
para a utilização de áreas
já desmatadas.
Para os agricultores, essa medida é considerada
viável. De acordo com o presidente da Comissão
de Meio Ambiente da Confederação Nacional
da Agricultura (CNA), Assuero Veronez, o aproveitamento
intensivo de áreas já desmatadas,
buscando o uso delas para aumentar a produtividade,
é importante do ponto de vista da ocupação
e para diminuir a pressão sobre a floresta.
“É uma política há muito tempo
esperada pelos produtores, mas isso não basta”.