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PALMITO
ILEGAL APREENDIDO NO PORTO DE BELÉM
Panorama
Ambiental
Belém (PA) – Brasil
Março de 2004
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Fiscais do Ibama
e Policiais do Batalhão de Policiamento Ambiental
(BPA) apreenderam 27.294 quilos de palmito de açaizeiro
(Euterpe oleracea) beneficiado que estavam acondicionados
em 4.188 caixas, das empresas Jacobpalm Comercial
Ltda e Exportadora Indústria e Comércio
de Conservas Alteroza Ltda., no Porto de Belém
(PA). O produto florestal foi apreendido porque
estava com dimensão abaixo de dois centímetros
de diâmetro, contrariando o que determina
a Instrução Normativa do Ibama.
Segundo o Gerente Executivo do Ibama no Pará,
Marcílio Monteiro, os estudos técnicos
indicam que os dois centímetros de diâmetro
é o ideal para o corte do palmito. Ou seja,
após a frutificação, que vai
de 03 a 04 anos, garantindo assim a sustentabilidade
da espécie. "O que os importadores estão
fazendo é estimular o corte predatório
do açaizeiro e diminuindo com isso a oferta
do nosso vinho de açai”, afirma.
O palmito rastreado pelo serviço de inteligência
da Receita Federal e o Ibama e apreendido no porto
corresponde ao abate de 50 mil pés de açaizeiro.
A carga avaliada em US$ 56,8 mil, encomendada pelos
importadores S.E.R. Roche Fontaine e Cia. Marselllaise
D Importação AgroAlimentare, com sede
em Paris, seguiriam no navio MD Canadá para
os portos Le Havre e For Sur Mer, na França.
As empresas com sede em Belém e Abaetetuba
receberam Auto de Infração (AI) no
valor de R$ 1,55 milhão conforme determina
a Lei de Crimes Ambientais.
Esta é a primeira grande apreensão
do ano de palmito de açaizeiro beneficiado.
Todo o produto será doado para instituições
de caridade, entre elas, das crianças portadoras
de câncer, em Belém.
Histórico - As ações do Ibama
não se limitam ao simples combate ao comércio
ilegal do palmito. Nos últimos anos o órgão
tem promovido discussões e, apresentado,
propostas junto as instituições de
Ensino e Pesquisa, sindicatos, ONGS e pesquisadores
ligados ao setor produtivo de frutos do açaí
e palmito, quanto ao manejo, beneficiamento, comercialização
e legislação, para viabilizar a produção
sustentável da espécie em municípios
do Pará e Amapá.
O extrativismo dos açaizais pela produção
de frutos e palmito movimenta recursos anuais na
ordem de 200 milhões de dólares na
pauta econômica do Pará. Estima-se
que as atividades de extração, transporte,
industrialização e comercialização
de frutos e palmito de açaizeiros são
responsáveis pela geração de
cerca de 25 mil empregos diretos e indiretos em
mais de 35 municípios paraenses.
O Ibama tem 40 empresas registradas que produzem
cerca de 400 milhões de estipes (pés
de açai) na produção de palmito.
O processo de expansão do parque agroindustrial
de beneficiamento de palmito e à exploração
da espécie abrange hoje os municípios
do Amapá. As áreas de ocorrência
natural do gênero Euterpe apresentam 49 espécies
distribuídas desde a Guatemala até
a Argentina e, no Brasil são encontradas
10 dessas espécies.
A palmeira do açaí distribui-se nos
Estados do Pará, Amapá, Maranhão
onde algumas experiências já desenvolvidas
na área do manejo da espécie, demonstraram
viabilidade econômica e ecológica de
exploração conjunta de frutos e palmito.
Desde a década de 60, os grandes estoques
de açaizais sempre estiveram concentrados
nas áreas de várzeas em municípios
do Baixo Tocantins como Igarapé Miri, Cametá
e Abaetetuba.
A partir dos anos 80 devido à pressão
fruto da extração, sobre esses estoques
os produtores atravessaram a Baía da Ilha
do Marajó e se concentraram no Arquipélago
Marajoara onde hoje estão instaladas à
maioria das agroindústrias do palmito.
Fonte: Ibama (www.ibama.gov.br)
Assessoria de imprensa (Ascom)