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ANTROPÓLOGO
DIZ QUE FUNAI ESTÁ SUCATEADA E DEFENDE
REESTRUTURAÇÃO
Panorama
Ambiental
Cuiabá (MT) - Brasil
Julho de 2004
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Com a criação
dos setores específicos nos ministérios
para cuidar dos problemas e direitos indígenas,
as funções que eram unicamente da
Fundação Nacional do Índio
(Funai), “que fazia o papel de tutor, foram disseminadas
pelo diversos ministérios”, afirma o antropólogo
e vice-presidente da Associação Brasileira
de Antropologia do Museu Nacional, Antonio Carlos
de Souza Lima. Ele falará sobre “Índios
e Poderes Públicos”, no encontro “SBPC e
a Ciência Indígena”, durante a 56ª
reunião anual da Sociedade Brasileira para
o Progresso da Ciência (SBPC), que começa
hoje em Cuiabá.
Com a mudança na política indigenista,
- diz o pesquisador - a Funai passa a ter a necessidade
de ser reestruturada, mas segundo o antropólogo,
não houve investimento para isso. “Quando
se diz que a Funai está sucateada, é
verdade. Não tem orçamento, nem um
quadro competente. É um órgão
insuficiente para o tamanho das suas atribuições”,
afirma.
Para Souza Lima, o principal problema da Fundação
hoje está no foco. “É preciso rever
o indianismo tutelar que a estruturou e parar de
atuar com estruturas de postos e administrações
regionais, usados durante décadas”, diz o
professor. “Ela surgiu para fazer com que os índios
deixassem de ser índios, abandonassem seus
valores. Agora, precisa agir de acordo com os projetos
dos índios, e não do Estado para os
índios, e pensar até na compra de
terras”, acrescenta.
Para o professor, “os povos indígenas estão
muito mais conscientes dos seus direitos e isso
é talvez o maior trunfo”.
Fonte: Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Alessandra Bastos