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BRASIL AINDA
TEM ESPERANÇA DE APROVAR SANTUÁRIO
PARA BALEIAS
Panorama
Ambiental
Brasília (SP) - Brasil
Julho de 2004
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Com 26 votos a favor
e 22 contra, a proposta brasileira de criação
do Santuário de Baleias do Atlântico
Sul teve maioria de votos na reunião anual
da Comissão Internacional da Baleia (CIB),
que está sendo realizada em Sorrento, na
Itália, mas, mesmo assim, o santuário
não será criado. Pelas regras da CIB
seriam necessários três quartos dos
votos. Um grupo de países liderado pelo Japão,
que tem direito a voto na comissão, rejeitou
a proposta sob pretexto de garantir a caça
científica feita por aquele país.
Em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio
Nacional, o secretário de Biodiversidade
e Florestas do Ministério do Meio Ambiente,
João Paulo Capobianco, disse que, na realidade,
“o Brasil não foi voto vencido”. Esta é
a quarta vez que o governo brasileiro apresenta
a proposta de criação do santuário
e, a cada ano, tem obtido mais votos. Este ano,
o Brasil teve dois votos a mais que em 2003. “A
pontuação desse ano nos estimula a
dinamizar os entendimentos bilaterais com os países
do Atlântico Sul no sentido de avançar
com a proposta e, quem sabe, aprová-la na
CIB”, afirmou.
Pela proposta brasileira, a caça das baleias
ficaria proibida entre a linha do Equador e o Mar
Antártico, onde já existe um santuário,
entre a costa da América do Sul e a costa
da África. De acordo com Capobianco, essa
área é de enorme importância
para cerca de 15 espécies de baleias que
circulam por esse território no período
da procriação, principalmente. “Nós
teríamos aí assegurada a proteção
das baleias nessa região que serve para reprodução,
amamentação, migração
e alimentação de diversas espécies”.
Hoje, a caça à baleia está
proibida por meio de uma moratória. O problema,
segundo Capobianco, “é que existe uma previsão,
uma válvula de escape, para a caça
para fins de pesquisa científica e alguns
países, em especial, o Japão, têm
se utilizado desse dispositivo para caçar
centenas de baleias”. Ele explica que o esforço
de criar o santuário “é para consolidar
a idéia de que as baleias são animais
de enorme importância simbólica e ambiental
e que elas valem muito mais vivas do que mortas”.
Fonte: Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Benedito Mendonça