Panorama
Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Maio de 2004
O sítio arqueológico
do Projeto Sossego, em Canaã dos Carajás
(PA), será o primeiro local beneficiado com
um acordo fechado esta semana entre o Museu Emílio
Goeldi e a Companhia Vale do Rio Doce. Pelo convênio,
programado para durar cinco anos, a empresa vai
investir R$ 1 milhão em projetos desenvolvidos
pelo instituto ligado ao Ministério da Ciência
e Tecnologia (MCT).
Nos anos 80, as investigações científicas
realizadas no interior do Pará revelaram
resultados importantes sobre a vida pré-colombiana.
Vestígios de povos caçadores-coletores,
datados de 9 mil anos atrás, foram encontrados
na área. Mas também foi nessa década
que ocorreu a última reforma significativa
no Parque Zoobotânico do Museu Goeldi, o mais
antigo no Brasil.
Segundo a direção do instituto paraense,
também na década de 80 os recursos
investidos nas reformulações vieram
da Companhia Vale do Rio Doce. Além da melhoria
em infra-estrutura, as verbas do novo acordo também
poderão ser usadas em programas científicos.
Ações de educação ambiental
também fazem parte do planejamento.
Enquanto o parque, localizado em plena zona urbana
de Belém, recebe 300 mil visitantes por ano,
incluindo 45 mil estudantes, os laboratórios
do Goeldi são testemunhas de importantes
pesquisas sobre o ambiente amazônico. Nas
alamedas do parque, os turistas podem ver em plena
cidade plantas e animais típicos da floresta
amazônica.
Apesar do acordo, os dirigentes do museu ainda procuram
por novas parcerias. Eles afirmam que o orçamento
previsto para o Goeldi dentro do MCT está
muito abaixo das reais necessidades do parque. Segundo
Peter Toledo, diretor do instituto, apenas para
a manutenção são gastos cerca
de R$ 900 mil por mês.