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LEI DE BIOSSEGURANÇA
VAI FLEXIBILIZAR PESQUISAS COM TRANSGÊNICOS,
DIZ PRESIDENTE DA EMBRAPA
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Maio de 2004
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Nos próximos
dias, o Senado vota a Lei de Biossegurança,
enviada pela Câmara dos Deputados no dia 5
de fevereiro. A expectativa é do presidente
da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(Embrapa), Cleiton Campanhola. Ele se disse otimista,
porque a lei vai flexibilizar a pesquisa com organismos
geneticamente modificados e dar tranqüilidade
aos cientistas para trabalhar.
“O ponto fundamental é que ela (a lei) vai
ditar as regras de modo claro sobre os transgênicos.
Para a Embrapa e as instituições de
ciência e tecnologia, é um grande avanço,
pois fará com que as pesquisas voltem ao
ritmo normal”, afirmou. Na opinião de Campanhola,
a Lei de Biossegurança diminuirá os
entraves às pesquisas, ainda que não
acabe com todas as exigências naturais. "Mas
nós temos uma expectativa muito grande e
muito boa. As coisas finalmente se definem e ficam
claras”.
O presidente da Embrapa lembrou a legislação
vigente exige licença ambiental, até
para fazer pesquisas de campo. No ano passado, conta
ele, a Embrapa e o Instituto Brasileiro de Meio
ambiente e Recursaos Naturais renováveis
(Ibama) desenvolveram em parceria um método
para obter a licença, o que resultou na agilização
do processo. Com a nova legislação,
isto será praticamente eliminado. "Agora
temos de tocar para frente todos os projetos em
andamento”.
A Embrapa tem em desenvolvimento projetos sobre
algodão, milho, batata e outros produtos,
na fila para experimentos. “Nós já
temos resultados de laboratório e de caso
de vegetação, que precisam ir a campo
para serem validados e mostrar que, além
dos benefícios da transgenia resistente a
pragas, doenças e seca, tem a questão
da produtividade e todas as características
agronômicas preservadas”.
Sobre o algodão, Campanhola disse que em
três ou quatro anos o país terá
condições de desenvolver a espécie
transgênica. ele lembrou que o produto brasileiro
enfrenta concorrentes transgênicos no mercado
internacional e o custeio subsidiado em outros países.
Este é o caso dos Estados Unidos, com quem
o Brasil tem um contencioso na Organização
Mundial do Comércio, e uma vitória
parcial.
O material já está disponível
e a Embrapa detém o conhecimento, principalmente
do algodão BT, resistente a algumas espécies
de lagartas. Campanhola diz que em três ou
quatro anos o país terá condições
de desenvolver a espécie transgênica
do produto. “Esse algodão tem uma série
de vantagens, porque elimina a necessidade da aplicação
em excesso de defensivos, trazendo vantagens ao
meio ambiente. Existem cuidados que precisam ser
estudados com relação a uma possível
transferência para espécies silvestres.
Mas isto faz parte das precauções,
do programa de manejo, que é adotado para
qualquer cultura ou tecnologia”, explicou.
Campanhola destacou que o desenvolvimento científico
e tecnológico também é importante
no esforço de inclusão social, um
dos compromissos deste governo. Ele lembrou que,
do Orçamento deste ano, de R$ 822 milhões
(incluindo R$ 224 milhões para pesquisa e
seus custos fixos), cerca de 8% se destinam a beneficiar
os excluídos do campo e inseri-los no mercado.
“A tendência cada vez maior no mundo globalizado,
na abertura de mercados, é que a ciência
prevaleça sobre os subsídios e barreiras
comerciais. A competência e a qualidade é
que vão predominar nos anos futuros",
afirmou. Camponhola falou hoje durante o lançamento
da IV Exposição Ciência Para
a Vida – Fórum Ciência e Sociedade,
que vai até domingo, na sede da Embrapa,
em Brasília.
Fonte: Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Adriano Gaieski