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AMAZÔNIA:
USINA DE ALIMENTOS PARA O TERCEIRO MILÊNIO
Panorama
Ambiental
Belém (PA) - Brasil
Janeiro de 2004
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A moeda internacional
do Terceiro Milênio será proteína
e não dólar ou petróleo.
O país que possuir
alimentos com abundância para agredir no mercado
internacional e suprir a humanidade cada dia mais
numerosa e carente, deterá a hegemonia do mundo.
A Amazônia é uma gigantesca e opulenta
usina protéica natural, construída pela
Consciência Cósmica durante milhões
de anos, e desde que compreendida, potencializada
ou estimulada em larga escala de produção,
nos seus princípios originais de acordo com
os ditames da natureza, será capaz de alimentar
a humanidade até a consumação
dos séculos.
Este axioma deverá constituir alento às
perspectivas do planeta, alem de fato altamente promissor
para os interesses da economia nacional.
Por outro lado, é estúpida temeridade,
crassa incompetência e crime de lesa-humanidade,
pretender-se implantar na Amazônia projetos
econômicos que impliquem na derrubada da floresta
nativa, a destruir ecossistemas que guardam segredos
biológicos ainda não desvendados e que
fabricam complexas cadeias de hidrocarbonetos, de
substâncias orgânicas capazes de saciar
a fome do mundo.
Dilapidar a floresta amazônica é ato
pecaminoso e suicida desta civilização
antropofágica imediatista , estimulada pela
megatecnologia consumista, concentradora de poder
e riqueza em mãos de poucos, em detrimento
da maioria esmagadora dos habitantes da terra, sufocados,
famintos e desesperançados.
HIDROESFINGE
A Amazônia,
de fato, ainda se reveste de mistério – enigma
que se pode denominar de hidroesfinge – tal a magnitude
de sua complexa tessitura biológica, de cujos
labirintos e escaninhos emergem fenômenos sui
generis, que concluem por uma biogeocenose ainda não
delineada pela ciência.
Três quartos das espécies vegetais e
animais que compõem o universo amazônico
ainda não foram inventariados nem classificados.
Suas ecônomas são totalmente ignoradas
e – o mais aterrador – há um desconhecimento
absoluto sobre o evidente inter-relacionamento dos
seres vivos na mesologia amazônica. Não
se conhece nada, absolutamente nada, da zoofitossociologia
hiléica, o que, trocado em miúdos, quer
dizer ninguém sabe quem é quem, quem
depende de quem, quem ama ou odeia quem... no contexto
da natureza amazônica. São miríades
de seres diferentes, fervilhando em cada um dos milhares
de ecossistemas, completamente desconhecidos do homem
civilizado, este que se arvora em dono absoluto da
Amazônia e se acha com direitos de modificá-la,
sem ouvir a ciência, mas os interesses de um
capitalismo canibalesco, inconseqüente e egocêntrico,
que já devastou e destruiu quase todas as grandes
florestas do planeta, como soíam ser a européia;
a norte-africana; a norte-americana;, as do sudeste
asiático; a tlântica brasileira, hoje
deserto nordestino, depois do extermínio do
pau-brasil e do jacarandá; a floresta araucária
do Sudeste brasileiro; e, presentemente,, a floresta
amazônica, submetida a acelerado e brutal processo
de devastação, patrocinado pelo Governo
Federal e executada por empresas nacionais e multinacionais.
O desmatamento já atingiu cerca de dez por
cento da área global da Hiléia, sendo
pontos mais críticos o sul e o leste (nordeste
do Pará), norte e leste de Goiaz e Mato Grosso,
leste e sudeste de Rondônia e zonas intermitentes
do Acre.
Verifica-se ainda na Amazônia o criminoso aniquilamento
das matas de terra-firme do norte de Almeirim (PA)
e oeste do Amapá, pelo famigerado Projeto Jarí,
do multimilionário norte-americano Daniel Keith
Luidwig e seus substitutos coetâneos.
A biota amazônica é profundamente ligada
ao processo de fotossíntese, de mutualismos
e de simbioses como o fenômeno micorrizo – bactérias,
liquens, amebas, fungos, algas, extrametabólitos
(ecônomas)... que atuam isolados ou em colônias
nas raízes das plantas, assim como na fisiologia
dos solos, numa perfeita e constante interação,
analisando e sintetizando elementos para a manutenção
da soberba e inigualável sinfonia biológica
que é a usina fotossintética amazônica.
A árvore na Amazônia é apenas
uma das peças fundamentais da usina, de par
com a floresta. Pode-se enumerar uma série
de outros componentes, relaciuonados entre si, a saber:
rio, calor, chuva, umidade, ventos, evapotranspiração...
Há milhares de outras peças igualmente
importantes na funcionalidade da usina, como a fauna
silvestre, incluindo aves e insetos, as culturas indígenas
com suas práticas naturalistas ultramilenares,
em perfeita harmonia com o ambiente, afora os microorganismos
já mencionados.
O sol, central cosmofísica de raios e energias,
muitos deles ainda desconhecidos da ciência
contemporânea, cumpre o papel mais importante
e vital como fonte energética cósmica
alimentadora da grande usina fotossintética
e a função essencial de reguylador de
fluxos – equilíbrio homeostático – para
aperfeita harmonia e estabilidade do ambiente em que
opera a usina.
VISÃO
ECONÔMICA
Pelo que já
ficou implícito, urge que se interprete a Hiléia
dentro de uma ótica futurista, levando em conta
sua importância como elo da cadeia biológica
do planeta, fator de equilíbrio homeostático
e, sobretudo, o seu magno papel econômico como
usina de alimentos para suprir o mundo.
Convem enfatizar que a árvore na Amazônia
tem valor singular e absoluto, como um dos principais
componentes da usina, repudiando todo e qualquer valor
econômico imediatista que se lhe queira atribuir
e exigindo compreensão do seu macrovalor ecológico.
O verdadeiro desenvolvimento da Amazônia jamais
será alcançado enquanto os militares,
os políticos, os planejadores, os empresários,
os trabalhadores e toda a nação brasileira
não atentarem, com absoluta consciência
e p[rioridade, para os valores naturais da BIOTA como
parâmetros básicos dos investimentos
econômicos, inserindo-os na própria estrutura
cultural e histórica da nacionalidade.
Todo conceito desenvolvimentista ou projeto econômico
para a Amazônia que não venha a se ajustar
às imposições ecológicas,
ou que não se fundamente cientificamente no
desvendar do equilíbrio homeostático
da Hiléia, será alheio à realidade
e devastador da natureza. Desgraçadamente,
esse desvendar ainda não aconteceu, malgrado
os bilhões e bilhões em dinheiros aplicados
em falsos projetos de “desenvolvimento” da Amazônia.
Efetivamente, dentro
deste enfoque biológico, ecológico e
econômico da Amazônia como usina natural
de alimentos, a economia deve ser, necessariamente,
um capítulo da ecologia.
Fonte: Rednotic
Assessoria de imprensa |