GREENPEACE PROTESTA CONTRA CONSTRUÇÃO DE ANGRA 3

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) - Brasil
Janeiro de 2004

É necessário demonstrar à população os custos da geração nuclear de energia, e punir aqueles que compraram equipamentos para Angra 3, sem autorização ou licenciamento

Os planos de investimentos do governo federal para os próximos quatro anos não incluem, entre as obras a serem financiadas pelo Tesouro Nacional, a nova construção de uma usina nuclear. Contendo uma série de outras obras

social, ambiental e economicamente discutíveis – como a usina hidrelétrica de Belo Monte (PR), a hidrovia do rio Madeira (RO) e o gasoduto Urucu-Porto Velho (AM-RO) – o chamado PPA (Plano Plurianual) deixou de fora os investimentos oficiais a retomada da aventura nuclear brasileira, embora preveja recursos de ordem de R$ 310 milhões apenas de estocagem de equipamentos que já

teriam sido comprados para Angra 3. Mesmo assim, o fantasma do Programa Nuclear brasileiro ainda não está vencido. O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) autorizou recentemente o reajuste de um subsídio pago em prol da energia nuclear. Na prática, desde julho último, todos os consumidores da região Sul e Sudeste estão destinando 0,3% do valor pago em suas contas mensais de luz para cobrir o déficit da Eletronuclear.

Mais do que cobrir o rombo da empresa estatal (que custa aos cofres públicos cerca de 1 milhão de reais por dia, apenas para operar as duas usinas atômicas existentes no país, Angra 1 e 2), esse reajuste no subsídio nuclear visa a torná-la apta a pedir empréstimos no exterior, pois empresas deficitárias estão legalmente impedidas de fazê-lo. Para alertar o consumidor sobre essa manobra, o Greenpeace promoveu a devolução de uma gigantesca conta de luz, referente à construção de Angra 3, na sede da Eletrobrás (Centrais Elétricas Brasileiras S.A.), no Rio de Janeiro (RJ).
Mas além dos lobistas da indústria nuclear internacional (chamados de “nucleoboys”) e das grandes empreiteiras de obras brasileiras, quem estaria interessado na construção de usinas inseguras, caras, sujas e ultrapassadas? Para responder a essa pergunta, é bom lembrar que usinas nucleares e armas atômicas têm caminho juntas desde as suas origens. Foi no primeiro reator nuclear para a geração comercial de eletricidade do mundo, o da Universidade de Chicago (EUA), que forma feitos ensaios para as bombas atômicas lançadas em 1945.
No Brasil, já tivemos o escândalo do contrabando de urânio para a fabricação de bombas atômicas no Iraque de Saddam Hussein (no início dos anos 80) e a

construção de um poço clandestino para testes de armas nucleares na Serra do Cachimbo (PA), descoberto em 1992. Foi exatamente para mostrar essa afinidade entre armas atômicas e usinas nucleares que o Greenpeace

produziu um comercial de televisão, narrado pela cantora Rita Lee. O filme de 30 segundos foi veiculado na primeira semana de agosto, quando o mundo todo se lembrava das tragédias de Hiroshima e Nagasaki, ocorridas em 6 e 9 de agosto de 1945, respectivamente.
Para mostrar qual a vontade da maioria da população brasileira, o Greenpeace e a Fundação SOS Mata Atlântica coletaram cinqüenta mil assinaturas contra a construção da usina de Angra 3 e a favor das energias renováveis em pouco mais de vinte dias. A Sociedade Angrense de Proteção Ecológica (SAPÊ) reuniu ONGs do Brasil todo para discutir a viabilidade das energias renováveis e para marchar pelas ruas de Angra dos Reis. O Greenpeace mostrou a população local fotos gigantes de fetos e crianças deformadas gerados após o acidente de Chernobyl.
Em setembro, a Comissão de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados, a pedido do deputado federal Edson Duarte (PV-BA), realizou uma audiência pública sobre o Programa Nuclear Brasileiro, em que o Greenpeace fez um protesto. O Greenpeace, mais uma vez, se manifestou de maneira contundente. A luta contra Angra 3 ainda não está vencida. Em vez de recolhermos nossas bandeiras, é hora de ampliarmos nosso leque de ações.
É preciso que mostremos que a tarifa nuclear, mesmo sendo amplamente subsidiada, não cobre custos como os da desativação, desmonte e isolamento dessas usinas nucleares

após o término de suas vidas úteis, estimados em outros bilhões de dólares. É necessário punir os culpados pela tentativa de criar-se um “fato consumado” com a compra antecipada de milhões de dólares em equipamentos para uma usina que ainda não foi autorizada e nem licenciada. É preciso demonstrar que a esmagadora maioria dos equipamentos já comprados não é exclusivamente nuclear, e pode ser utilizada em usinas térmicas a gás natural, por exemplo.
É importante ouvir a opinião dos milhões de brasileiros que moram nas cidades fluminenses, mineiras e paulistas que ficam em uma área de risco ao redor de Angra dos Reis. É Fundamental perguntar à nação brasileira que tipo de desenvolvimento ela deseja. Está na hora de contestarmos a maneira como estamos gerando nossa energia, para quem estamos produzindo essa energia e para que essa energia está sendo usada.

Feliz aniversário, Putin!

No dia 7 de outubro foi aniversário do presidente russo, Vladmir Putin, e o Greenpeace comemorou em 19 países. O presente mais oferecido ao chefe de Estado foram canetas gigantes, para que Putin ratifique o Protocolo de Kyoto com urgência. Em Bancoc (Tailândia), os ativistas levaram um bolo, que comeram junto com os funcionários da Embaixada russa na cidade, depois de soprar as velinhas. Desde que o governo americano retirou-se do acordo em 2001, a ratificação pela Rússia tornou-se fundamental para que o documento entre em vigor. O Protocolo de Kyoto determina a redução das emissões de gases pelos países ricos, com o fim de reduzir as mudanças climáticas.

Fonte: Greenpeace (www.greenpeace.org.br)
Assessoria de imprensa (Diário de Bordo)

 
 
 
 

 

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