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ÍNDIOS
TENTAM MARCAR AUDIÊNCIA COM O PRESIDENTE
LULA
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) - Brasil
Abril de 2004
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Os deputados Carlos
Abicalil (PT-MT), Fernando Ferro (PT-PE) e Eduardo
Valverde (PT-RR) acompanham amanhã de manhã
uma comissão de índios de várias
etnias a uma audiência no Palácio do
Planalto, com o chefe de gabinete do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, Gilberto Carvalho.
No encontro, previsto para as 9 horas, os índios
tentarão marcar uma audiência com o
presidente Lula. Em seguida, eles irão ao
Ministério da Justiça para uma reunião
com o ministro Márcio Thomaz Bastos, às
10 horas.
Hoje, cerca de 100 índios passaram 10 horas
no Congresso Nacional, onde pretendiam ficar acampados
até ser recebidos pelo presidente Lula. O
que eles querem é conversar com o presidente
sobre a aprovação e homologação
urgente da reserva Raposa do Sol, localizada em
Roraima, e também sobre a política
do governo para os povos indígenas.
Segundo o índio José Ciríaco
Potiguara, vereador do PT na cidade de Baía
da Traição (PB), todas as etnias que
têm representantes acampados em frente ao
Ministério da Justiça defendem a demarcação
em área contínua. O relator do projeto
sobre a Raposa Serra do Sol na Câmara dos
Deputados, Lindberg Farias (PT-RJ), apresentou parecer
propondo a aprovação da reserva em
ilhas, o que está desagradando aos povos
da região.
O líder do governo na Câmara, Professor
Luizinho (PT-SP), informou que o presidente Lula
quer e vai consolidar a demarcação
das terras indígenas, não só
da Raposa Serra do Sol, mas também de outras
áreas, embora não tenha como dar uma
resposta imediata. "O presidente está
aguardando que o grupo de trabalho complete os estudos
para tomar uma decisão política",
disse Luizinho.
De acordo com o líder governista, o fato
de a reserva Raposa Serra do Sol ser contínua,
ou não, é um dos pontos a serem analisados,
mas há também a questão da
reserva agrícola e da substituição
da população que mora na área.
"Não dá para expulsar essa gente
assim", afirmou.
Sobre a ocupação do salão verde
pelos índios, o deputado afirmou que qualquer
manifestação é legítima,
mas ressaltou que "ocupar um dos poderes da
República não tem amparo legal. Portanto,
não há sentido em querer pressionar
o Executivo ocupando o Legislativo", concluiu.
Fonte: Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Iolando Lourenço