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INICIADO
PLANO DE MANEJO DO PARQUE NACIONAL MONTANHAS
DO TUMUCUMAQUE
Panorama
Ambiental
Macapá (AP) - Brasil
Abril de 2004
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Com a conclusão
da oficina de capacitação nesta terça-feira,
no município de Serra do Navio (AP), teve
início o desenvolvimento do Plano de Manejo
que permitirá a abertura do Parque do Tumucumaque
ao público. “Estamos arregaçando as
mangas e partindo para o campo. Queremos concluir
o plano de manejo até o final do próximo
ano, para que o parque possa estar aberto já
em 2006”, afirmou o gerente executivo do Ibama no
Amapá, Edivan Barros Andrade.
A oficina de capacitação foi realizada
pela Diretoria de Ecossistemas (Direc)do Ibama,
em conjunto com a Gerência Executiva no Amapá.
O curso foi desenvolvido em processo interativo
onde os analistas ambientais foram construindo a
ação, propondo a organização,
orientações e diretrizes para iniciar
o Plano de Manejo. “Esta oficina, já em seu
segundo módulo, foi uma etapa fundamental
para se construir o processo de plano de manejo
para as Unidades de Conservação federais
no Amapá, com prioridade para os parques
do Tumucumaque e Cabo Orange, e para a Reserva Biológica
Lago Pirituba”, afirmou o gerente executivo do Ibama/AP,
Edivan Barros Andrade.
Segundo o gerente, a partir do momento que os planos
de manejo consistirão em documentos que permitem
explicar à comunidade o que pode e o que
não pode ser feito nas Unidades de Conservação.
“Isso vai possibilitar um maior desenvolvimento
e inclusão social em toda a região
das Unidades de Conservação, permitindo
uma melhor qualidade de vida para as populações
do entorno das UCs”.
Índios Wajãpi - O evento contou com
apresentações sobre os problemas e
potencialidades das Unidades de Conservação,
no Estado do Amapá. No correr da semana foram
tratados temas como: contextualização
das unidades de conservação; zona
de amortecimento; clima, geologia, geomorfologia,
solos, espeleologia e hidrografia; aspectos sócio-econômicos,
culturais e históricos; a questão
indígena; aspectos institucionais; pesquisa
e monitoramento; integração do entorno;
estratégia de proteção; uso
público e educação ambiental;
objetivos do manejo; zoneamento e alternativas de
desenvolvimento.
No sábado foi realizado um trabalho de campo,
que contou com a colaboração dos índios
“Seni” e “Ripé”, da terra indígena
Wajãpi – contígua ao parque. Após
participação na oficina, onde demonstraram
interesse pela regularização da unidade
de conservação, por favorecer a proteção
de suas terras, eles levaram os analistas ambientais
para ver na prática as situações
que encontrarão no dia-a-dia, durante a construção
dos planos de manejo. Deram explicações
sobre plantas medicinais, flora, fauna e outras
características da região.
No domingo foi a vez dos analistas ambientais receberem
explicações sobre as ações
do Programa de Desenvolvimento do Ecoturismo na
Amazônia (Proecotur), do Ministério
do Meio Ambiente. Segundo o especialista em áreas
protegidas, Marcello Lourenço, 70% dos ecoturistas
procura unidades de conservação, pois
querem ver flora, fauna e paisagens exuberantes.
“Nosso foco é atentar para o planejamento
dessas áreas para atender suas necessidades.
Por isso compartilhamos dessa política nova
do Ibama, de capacitar os analistas para fazer os
planos de manejo, pois acreditamos que é
este o caminho correto”, afirmou Lourenço
Tumucumaque - O Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque,
na região noroeste do estado do Amapá,
divisa com a Guiana Francesa, poderá receber
visitação pública a partir
de 2006. Pelo menos é o que prevê o
responsável pelo parque, Christoph Jaster,
a partir da Oficina de Plano de Manejo que está
sendo realizada no município de Serra do
Navio (AP) e que possibilitará o planejamento
para a conservação da biodiversidade
e manejo dos recursos naturais da Unidade de Conservação.
Com 38.670 Km2 (3,867 milhões ha), o Tumucumaque
é o maior parque nacional brasileiro e a
maior unidade de conservação de floresta
tropical do Planeta. Sua área abrange cinco
municípios do Estado do Amapá (27%
do território) e um do Pará, sendo
maior do que a Bélgica (30.513km2) e praticamente
do mesmo tamanho da Holanda (40.844Km2). O contorno
do parque, com cerca de 1.1000 Km, eqüivale
praticamente à mesma distância entre
Belém (PA) e Brasília (DF). Além
das belezas cênicas, o Tumucumaque possui
em seu interior inscrições rupestres
de tribos indígenas antigas e as nascentes
dos principais rios do Estado do Amapá.
Christoph Jaster entende que os principais problemas
do Tumucumaque estão na pressão antrópica
(ação humana), realizada através
de turismo informal, caça e pesca, pistas
de pouso clandestinas e, principalmente, a ação
ilegal de garimpeiros. Na zona de amortecimento,
no entorno da Unidade, ele aponta o tráfico
e a biopirataria, a agricultura de subsistência,
as ocupações irregulares e, ainda,
a existência de uma comunidade de aproximadamente
120 pessoas inserida no limite do parque, junto
à divisa com a Guiana Francesa - a Vila Brasil,
como principais entraves para a conservação
da biodiversidade no Parque.
Fonte: Ibama (www.ibama.gov.br)
Ascom