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ASSINATURA
DE DECRETO E RESOLUÇÃO AMBIENTAL
SERÁ NO DIA 30/06
Panorama
Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Junho de 2004
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O governador
Geraldo Alckmin consolida duas importantes medidas
no âmbito ambiental ao assinar na próxima
quarta-feira, 30 de junho, o decreto que institui
o Programa de Gestão Compartilhada de Unidades
de Conservação do Estado de São
Paulo, por organizações da Sociedade
Civil de Interesse Público - OSCIPs e a resolução
do Comitê de Qualidade da Gestão Pública,
constituindo um grupo de trabalho para implementar
propostas de contratações ambientalmente
sustentáveis, pela administração
pública. O evento será realizado às
12 horas, no Palácio dos Bandeirantes, com
a participação do Secretário
Estadual do Meio Ambiente, professor José
Goldemberg.
Com o decreto, o Estado de São Paulo é
o primeiro a abrir espaço para o trabalho
de entidades ambientalistas nas unidades de conservação
que já possuam plano de manejo aprovado e
tenham formado seus conselhos consultivos, de acordo
com os critérios definidos pelo SNUC - Sistema
Nacional de Unidades de Conservação.
A Resolução que será assinada
no mesmo dia, por sua vez, dá início
aos trabalhos que definirão os critérios
e procedimentos para promover medidas que permitam
a implementação do conceito de consumo
sustentável por parte dos órgãos
públicos, considerado um instrumento fundamental
para a promoção do comércio
justo sob o ponto de vista socioambiental.
Gestão
Compartilhada
A gestão compartilhada
das Unidades de Conservação começou
a ser discutida em encontros realizados pela Secretaria
Estadual do Meio Ambiente, através do Programa
de Apoio às ONGs/PROAONG, como forma de viabilizar
maior participação da sociedade civil
na administração destas áreas,
incluindo o aporte de recursos privados no desenvolvimento
de pesquisas e de projetos de uso sustentável
das unidades. Os conceitos para a efetivação
desta parceria entre Estado e Sociedade Civil foram
reunidos na publicação "Modelos
de eco-gestão em UC's: discussão e
propostas para o Estado de São Paulo",
que inclui estudos desenvolvidos por técnicos
do Instituto Florestal e da Consultoria Jurídica
da SMA, além dos pareceres de especialistas
que se apresentaram em um seminário internacional
sobre o tema realizado pela Secretaria do Meio Ambiente
em maio de 2003.
Nestes estudos ficou claro que o modelo defendido
é o da co-gestão, onde o Estado mantém
a prerrogativa de regular o uso dos recursos naturais,
mas cria a possibilidade de dividir algumas tarefas
para as quais a sociedade civil tem mais agilidade
e recursos. Esta forma de parceria não é
encarada como solução para a falta
de recursos e de pessoal do poder público,
mas principalmente como instrumento de participação
da sociedade na responsabilidade de manter e preservar
as áreas de interesse ambiental.
O processo de gestão compartilhada, no entanto,
só deverá ser implementado nas unidades
de conservação que já possuam
um plano de manejo, definindo o tipo de uso permitido
para cada uma das áreas. Outra exigência
é que contem com um conselho consultivo para
a avaliação e aprovação
dos trabalhos a serem desenvolvidos.
A avaliação das propostas para a gestão
das UCs poderá ocorrer através de
concursos, com critérios claros para a escolha
do projeto mais adequado para cada unidade de conservação.
Compras ambientalmente
sustentáveis
A formação
do grupo de trabalho, a partir da resolução
que será assinada pelo governador Geraldo
Alckmin, deverá dar início ao processo
para a inclusão de critérios socioambentais
nas licitações do Estado de São
Paulo.
O papel do Estado na promoção do consumo
sustentável tem como base o princípio
institucional que estabelece que compete ao Poder
Público a defesa e preservação
do meio ambiente. Mas a participação
dos setores públicos também é
considerada estratégica para promover medidas
que permitam a mudança dos padrões
de produção e consumo, pelo tamanho
da demanda que representam, considerando-se o poder
de compra do Estado e o volume dos gastos em contratações
de bens, serviços e obras.
Para se ter uma idéia do volume dos gastos
públicos, em seminário recente promovido
pela Fundação Getúlio Vargas,
que teve como tema "Licitação
Sustentável como Política Pública",
foram apresentados dados da Organização
das Nações Unidas - ONU, revelando
que o grupo dos países industrializados do
mundo gastou US$ 4,7 trilhões em compras
públicas apenas no ano de 1998. Nos países
que não fazem parte deste grupo, os gastos
foram estimados em US$ 816 bilhões, no mesmo
período.
O seminário mostrou,ainda, que a África
do Sul utiliza o conceito em políticas de
inclusão social, como forma de superação
dos anos de apartheid. Além disso, países
como o Japão e o Canadá já
praticam compras públicas visando os interesses
da sociedade e do meio ambiente, reforçando
uma tendência que também vem sendo
adotada no comércio internacional.
Fonte: SMA – Secretaria Estadual
do Meio Ambiente de São Paulo (www.ambiente.sp.gov.br)
Assessoria de imprensa (Eli Serenza)