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EMPRESÁRIOS
QUEREM REDUZIR VALOR DE COMPENSAÇÃO
AMBIENTAL DOS PROJETOS
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Junho de 2004
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Os empresários
brasileiros consideram muito elevado o percentual
de compensações ambientais exigidas
dos empreendimentos e querem maior transparência
na fixação desses valores para não
inviabilizar a aplicação de recursos
no Brasil, evitando que os investimentos sejam efetuados
em outros mercados.
O Presidente Executivo do Conselho Empresarial Brasileiro
para o Desenvolvimento Sustentável(CEBDS),
Fernando Almeida, afirmou que o empresariado não
é contrário à compensação
ambiental, mas deseja participar da definição
do percentual a ser cobrado. Na média hoje,
esse valor está sendo de 3,5%, “o que inviabiliza
muitos projetos”, disse Almeida.
Com base em estudos realizados pela Universidade
Federal do Rio de Janeiro, o CEBDS prevê que
se forem utilizados valores em torno de 3% a 3,5%,
o montante arrecadado não será mais
de compensação ambiental, mas de um
tributo que corresponderá, de acordo com
o último plano plurianual, ao investimento
anual de 5 ministérios ligados à área
de meio ambiente. Fernando Almeida revelou que esse
orçamento alcançaria R$2,3 bilhões
com possível impacto sobre a inflação,
uma vez que grande parte dos projetos está
concentrada no setor de energia e seu custo poderá
ser repassado para o consumidor.
Outra questão que o setor produtivo considera
que precisa ser melhor esclarecida é o fato
de as compensações ambientais só
poderem ser aplicadas em áreas de conservação
quando o correto seria abrir a possibilidade de
se ver a compensação não apenas
no sentido restrito, mas também no aspecto
sócio-ambiental visando o conceito de desenvolvimento
sustentável.
Com apoio do CEBDS, o Instituto Brasileiro de Economia
(IBRE), da Fundação Getúlio
Vargas, realiza nesta quinta-feira (24), em sua
sede, no Rio de Janeiro, o Seminário Medidas
Compensatórias Ambientais: Avaliação
dos Setores Público, Privado e das Organizações
Civis Ambientais, onde serão discutidos pontos
que o setor produtivo considera ainda nebulosos.
Fernando Almeida informou que a idéia é
que a partir do seminário sejam obtidas prerrogativas
que possam influenciar a Câmara Técnica
do Conselho Nacional do Meio Ambiente(CONAMA), que
ainda está trabalhando na questão
para que ela seja passível de ser utilizada.
A lei institui o valor mínimo a ser exigido
das empresas, que equivale a 0,5% dos custos totais
para a implantação do empreendimento,
mas não há valor máximo.
Outro ponto que terá de ser revisto, conforme
sugeriu Fernando Almeida, está vinculado
à tendência de só se enxergar
para compensação ambiental os impactos
negativos das indústrias. O Presidente Executivo
do Conselho defendeu a inclusão também
no processo dos impactos negativos mitigados, bem
como dos impactos positivos.
Fonte: Radiobras (www.radiobras.gov.br)
(Alana Gandra)