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A LIBERDADE
(CIVIL) É VERDE
Panorama Ambiental
São Paulo (SP) Brasil
Março de 2004
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Pouca gente associa a
luta em defesa do meio ambiente a outras
questões fundamentais da nossa sociedade,
como a liberdade de expressão, o
direito de ir e vir ou o direito de sermos
todos tratados de maneira igualitária.
Mas na verdade, como todo movimento social,
o ambientalismo precisa de uma série
de garantias para poder se desenvolver.
As pessoas preocupadas com a vida no planeta
devem ter o direito de se reunir, expor
idéias, debatê-las, propor
soluções, divulgar propostas
e, se for preciso, agir para mudar uma situação
determinada.
Durante a ditadura militar no Brasil, o
ambientalismo foi uma das formas que a sociedade
civil encontrou para manifestar a sua inquietação.
Pela contestação à
construção de usinas nucleares,
por exemplo, cientistas, jornalistas, políticos
e cidadãos comuns puderam criticar
a censura e a falta de liberdade de reunião.
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Atualmente,
nos EUA, o Greenpeace enfrenta um processo judicial
porque dois ativistas da organização,
durante um protesto em 2002, subiram em um navio
que transpor-tava madeira ilegal da Amazônia.
E fora do espectro das ditaduras passadas ou
dos tiranos atuais, na França foi aprovada
recentemente uma legislação que
classifica como atentado à segurança
nacional a divulgação de qualquer
informação sobre instalações
nucleares — incluindo a simples revelação
da existência de problemas técnicos
em uma usina nuclear, por exemplo.
No Brasil, desde o governo Geisel as manifestações
antinucleares estão proibidas por lei.
No ano passado, o deputado federal Edson Duarte
(PV-BA) propôs a revogação
dessa legislação, mas foi impedido
pelo parecer do deputado Luiz Carlos Santos
(PFL-SP), que defendeu a lei alegando razões
de segurança nacional. Como se uma manifestação
em frente aos portões da central nuclear
de Angra dos Reis, por exemplo, pudesse pôr
o país sob risco.
O Greenpeace também tem sido alvo de
uma forma mais sutil de ataque às liberdades
civis. Por meio de repetidos spams na internet
ou de maliciosas matérias em uma revista
semanal, os “desagradados” pela ação
da organização têm tentado
destruir o que há de mais valioso para
nós, que é a nossa credibilidade.
É triste vermos um poderoso meio de democratização
da informação e um reputado veículo
da imprensa reféns da ditadura econômica.
O Greenpeace, que não recebe doações
de empresas ou governos, continuará mantendo
a sua independência de opinião.
A melhor maneira de nos defendermos dos ataques
é lutando por uma sociedade civil mais
forte e bem informada, articulada e vigilante.
Fonte: Greenpeace-Brasil
(www.greenpeace.org.br)
Assessoria de imprensa
Sérgio Dialetachi
Coordenador da Campanha de Energia do Greenpeace
Foto: R. Visser/Greenpeace |
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